Papa pede colaboração global sobre crise migratória
Pontífice pediu que os países unam forças para ajudar o crescente contingente de migrantes
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 16h56.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco pediu nesta terça-feira que os países unam forças para ajudar o crescente contingente de migrantes , milhares dos quais morreram este ano em perigosas jornadas para fugir da pobreza e guerra.
A mensagem do pontífice ocorre no momento em que a migração por mar do norte da África para a Europa encontra-se no pico histórico, enquanto os Estados Unidos observam um aumento no número de crianças da América Central que tentam cruzar ilegalmente as fronteiras do país.
"Um grande número de pessoas deixa os locais de origem para empreender a arriscada viagem da esperança com uma bagagem cheia de desejos e medos, à procura de condições de vida mais humanas", disse o papa em sua mensagem.
Francisco pediu por uma "rede universal de colaboração", dizendo que as organizações ao redor do mundo estavam empreendendo um "louvável" esforço, mas que ações mais decisivas são necessárias para assegurar condições mais humanas ao migrantes.
No domingo, 40 pessoas foram consideradas desaparecidas após a balsa em que se encontravam afundar 48 quilômetros a leste da Líbia, o que levou autoridades italianas a colocarem sua missão de resgate "Mare Nostrum" em ação.
Traficantes de pessoas se aproveitam da violência e do caos político na Líbia para aglomerar pessoas, muitas em fuga do conflito na Síria ou do serviço militar forçado na Eritreia, em embarcações precárias por cerca de 1.000 dólares por cada passageiro.
Na semana passada, a Organização Internacional de Migração contabilizou quase 3 mil migrantes mortos no Mar Mediterrâneo este ano.
A Itália tem pedido reiteradamente por ajuda de seus aliados europeus para lidar com a emergência, e a União Europeia tem dito que sua agência de controle de fronteiras, a Frontex, iria fornecer reforços à Mare Nostrum. O
papa Francisco também pediu por "uma ordem econômico-financeira mais justa e equitativa".
A primeira viagem do pontífice após sua eleição em 2013 foi para a ilha italiana de Lampedusa, na metade do caminho entre Sicília e Tunísia e local de chegada de muitos barcos de migrantes.