Papa condena "formas deturpadas de religião"
Francisco apelou para que condene "qualquer interpretação documental e extremista da religião, que pretenda justificar tais atos de violência"
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 11h06.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco condenou nesta segunda-feira as "formas deturpadas de religião " após o massacre trágico da semana passada em Paris e denunciou "uma guerra mundial combatida por partes".
O sumo pontífice traçou um panorama denso e pessimista do mundo ao falar de guerras, imigração, solidão, pobreza e tipos modernos de escravidão durante seu tradicional discurso anual ao corpo diplomático credenciado na Santa Sé, pronunciado horas antes de seguir viagem para as Filipinas e o Sri Lanka.
O chefe da Igreja pediu para a comunidade internacional não ser indiferente e apelou para que condene "qualquer interpretação documental e extremista da religião, que pretenda justificar tais atos de violência".
Francisco também criticou a "cultura da rejeição ao outro", que gera violência e morte e que converte o ser humano "em escravo, seja da moda, do poder, do dinheiro, inclusive às vezes de formas deturpadas de religião", disse.
Ao constatar a proliferação de conflitos no mundo, o chefe da Igreja católica voltou a denunciar "uma autêntica guerra mundial combatida por partes".
Um conceito que desenvolveu em várias ocasiões e que considera grave, já que, segundo ele, hoje em dia "os conflitos se estendem com modalidades e intensidades diversas, em diferentes zonas do planeta".
O papa mencionou a situação na Ucrânia, no Oriente Médio, na Nigéria e em outros países da África, e citou outro crime que as guerras geram: o estupro de mulheres.
Também mencionou a imigração e pediu que as autoridades europeias façam algo para que o "mar Mediterrâneo não se converta em um grande cemitério".
Pediu ainda à comunidade internacional que garanta uma adequada assistência para os portadores de Ebola, a quem chamou de "os leprosos de nosso tempo".
No entanto, "apesar do olhar dominado pelo pessimismo e deficiências de nosso tempo", Francisco quis "dar graças a Deus por alguns frutos da paz que tivemos a alegria de saborear", citando, como exemplo, a recente decisão dos Estados Unidos e Cuba de "colocar fim a um silêncio recíproco que durou meio século".
Francisco concluiu seu discurso com um apelo à paz ao recordar o 6 de agosto de 1945, quando a "humanidade assistiu a uma das catástrofes mais tremendas de sua história". Nesta data, foi lançada a bomba atômica sobre Hiroshima.
Rumo à Ásia
No domingo, o papa pediu aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, que o acompanhem em oração em sua viagem à Ásia.
"Amanhã à tarde vou iniciar uma viagem apostólica ao Sri Lanka e às Filipinas. Peço-lhes que me acompanhem através da oração", disse o pontífice na tradicional cerimônia do Angelus.
Francisco inicia sua segunda viagem à Ásia, após ter visitado em agosto a Coreia do Sul. Ele ficará na região até o dia 19.
O papa jesuíta, que sonhou quando jovem ser missionário no Japão, é particularmente receptivo aos problemas desse continente, principalmente os da China, onde os jesuítas introduziram a fé católica no século XVI.
Os católicos representam apenas 3% da população asiática, mas são majoritários nas Filipinas, onde aproximadamente 85% da população, ou seja, 75 milhões de pessoas, é de católicos.
Também é o terceiro país com mais católicos no mundo, depois do Brasil e do México.
Francisco, que fez 78 anos em dezembro, percorrerá em uma semana mais de 12.000 km, pegará vários voos e usará helicóptero e papamóvel para cumprir todos os seus compromissos.
Os filipinos esperam com ansiedade a visita papal e deverão comparecer em massa às cerimônias previstas em Manila e Tacloban, a cidade mais atingida por um tufão que deixou cerca de 8.000 mortos em 2013.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco condenou nesta segunda-feira as "formas deturpadas de religião " após o massacre trágico da semana passada em Paris e denunciou "uma guerra mundial combatida por partes".
O sumo pontífice traçou um panorama denso e pessimista do mundo ao falar de guerras, imigração, solidão, pobreza e tipos modernos de escravidão durante seu tradicional discurso anual ao corpo diplomático credenciado na Santa Sé, pronunciado horas antes de seguir viagem para as Filipinas e o Sri Lanka.
O chefe da Igreja pediu para a comunidade internacional não ser indiferente e apelou para que condene "qualquer interpretação documental e extremista da religião, que pretenda justificar tais atos de violência".
Francisco também criticou a "cultura da rejeição ao outro", que gera violência e morte e que converte o ser humano "em escravo, seja da moda, do poder, do dinheiro, inclusive às vezes de formas deturpadas de religião", disse.
Ao constatar a proliferação de conflitos no mundo, o chefe da Igreja católica voltou a denunciar "uma autêntica guerra mundial combatida por partes".
Um conceito que desenvolveu em várias ocasiões e que considera grave, já que, segundo ele, hoje em dia "os conflitos se estendem com modalidades e intensidades diversas, em diferentes zonas do planeta".
O papa mencionou a situação na Ucrânia, no Oriente Médio, na Nigéria e em outros países da África, e citou outro crime que as guerras geram: o estupro de mulheres.
Também mencionou a imigração e pediu que as autoridades europeias façam algo para que o "mar Mediterrâneo não se converta em um grande cemitério".
Pediu ainda à comunidade internacional que garanta uma adequada assistência para os portadores de Ebola, a quem chamou de "os leprosos de nosso tempo".
No entanto, "apesar do olhar dominado pelo pessimismo e deficiências de nosso tempo", Francisco quis "dar graças a Deus por alguns frutos da paz que tivemos a alegria de saborear", citando, como exemplo, a recente decisão dos Estados Unidos e Cuba de "colocar fim a um silêncio recíproco que durou meio século".
Francisco concluiu seu discurso com um apelo à paz ao recordar o 6 de agosto de 1945, quando a "humanidade assistiu a uma das catástrofes mais tremendas de sua história". Nesta data, foi lançada a bomba atômica sobre Hiroshima.
Rumo à Ásia
No domingo, o papa pediu aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, que o acompanhem em oração em sua viagem à Ásia.
"Amanhã à tarde vou iniciar uma viagem apostólica ao Sri Lanka e às Filipinas. Peço-lhes que me acompanhem através da oração", disse o pontífice na tradicional cerimônia do Angelus.
Francisco inicia sua segunda viagem à Ásia, após ter visitado em agosto a Coreia do Sul. Ele ficará na região até o dia 19.
O papa jesuíta, que sonhou quando jovem ser missionário no Japão, é particularmente receptivo aos problemas desse continente, principalmente os da China, onde os jesuítas introduziram a fé católica no século XVI.
Os católicos representam apenas 3% da população asiática, mas são majoritários nas Filipinas, onde aproximadamente 85% da população, ou seja, 75 milhões de pessoas, é de católicos.
Também é o terceiro país com mais católicos no mundo, depois do Brasil e do México.
Francisco, que fez 78 anos em dezembro, percorrerá em uma semana mais de 12.000 km, pegará vários voos e usará helicóptero e papamóvel para cumprir todos os seus compromissos.
Os filipinos esperam com ansiedade a visita papal e deverão comparecer em massa às cerimônias previstas em Manila e Tacloban, a cidade mais atingida por um tufão que deixou cerca de 8.000 mortos em 2013.