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Países assinam acordo para reduzir uso de mercúrio

Após anos de negociações, cerca de 140 países-membros da ONU assinam acordo global para reduzir o uso de mercúrio, um dos elementos químicos que mais ameaçam os humanos


	Trabalhadores que purificam ouro artesanalmente se expõem à contaminação por mercúrio
 (Blacksmith Institute/Divulgação)

Trabalhadores que purificam ouro artesanalmente se expõem à contaminação por mercúrio (Blacksmith Institute/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 14h58.

São Paulo - Foi uma semana de difíceis negociações, mas a Conferência de Genebra terminou neste sábado (19) com boas notícias: depois de quatro anos de discussões, cerca de 140 países-membros das Nações Unidas, entre eles o Brasil, assinaram o primeiro acordo global que prevê a redução do uso de mercúrio.

Batizado de Convenção Minamata sobre Mercúrio - em homenagem aos habitantes da cidade japonesa que por décadas sofreram com a contaminação da substância, proveniente de descargas industriais -, o tratado propõe que até 2020 o uso do mercúrio seja banido dos processos industriais e, também, da fabricação de diversos produtos. Entre eles, algumas baterias, tomadas, lâmpadas, sabãos, artigos cosméticos e, até, obturações dentárias.

A substância é considerada pela ONU um dos dez elementos químicos que mais ameaçam o meio ambiente e a saúde humana. A exposição excessiva ao mercúrio pode afetar o sistema imunológico do homem e, ainda, provocar distúrbios psicológicos e digestivos, além de problemas cardiovasculares e respiratórios.

Estudo divulgado na primeira quinzena de janeiro pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apontou que 6,5 mil toneladas de mercúrio foram emitidas em 2010 - o dobro das emissões de 2005. A concentração do metal nos oceanos também duplicou nos últimos cem anos. Saiba mais em: Poluição por mercúrio, uma ameaça séria à saúde humana.

A Convenção Minamata sobre Mercúrio ficará aberta à assinatura de outros países até outubro de 2013. Para especialistas, o acordo representa um bom começo, mas ainda precisa definir regras para outras atividades que envolvem o uso da substância, como o garimpo do ouro - que, inclusive, é frequente no norte do Brasil - e a geração de energia.

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