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OSCE alerta para risco de escalada militar na Ucrânia

Apesar do alerta, União Europeia não prevê por ora novas sanções econômicas contra a Rússia, acusada de apoiar militarmente os rebeldes no leste da Ucrânia

Veículo militar na cidade ucraniana de Makiivka: OSCE alertou para o aumento da violência no leste da Ucrânia (Dimitar Kilkoff/AFP)

Veículo militar na cidade ucraniana de Makiivka: OSCE alertou para o aumento da violência no leste da Ucrânia (Dimitar Kilkoff/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 16h19.

Kiev - A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) alertou nesta terça-feira que o risco de uma escalada no conflito no leste da Ucrânia entre o governo de Kiev e os separatistas pró-russos está aumentando.

Contudo, a chanceler alemã, Angela Merkel, garantiu que a União Europeia não prevê por ora novas sanções econômicas contra a Rússia, acusada de apoiar militarmente os rebeldes no leste da Ucrânia.

Ainda assim, Merkel mencionou a possibilidade de ampliar a lista de dirigentes ucranianos pró-russos sob sanções "mas, fora isso, por ora, não está prevista qualquer sanção econômica", afirmou em coletiva de imprensa em Berlim.

A situação na Ucrânia, onde mais de 4.000 pessoas morreram desde o início do conflito em abril, também foi discutida pelo presidente americano, Barack Obama, e o russo, Vladimir Putin, em Pequim.

Os presidentes conversaram nesta terça-feira durante a reunião de cúpula da APEC "em três oportunidades de 15 a 20 minutos, sobre o Irã, a Síria e a Ucrânia", disse a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Bernadette Meehan.

Obama e Putin já haviam se reunido na segunda-feira, por alguns minutos, também por ocasião do encontro de cúpula das 21 economias que integram o Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (APEC) em Pequim.

As relações entre Washington e Moscou passam pelo pior momento desde a Guerra Fria, após a decisão dos países ocidentais de impor sanções econômicas à Rússia pela anexação da Crimeia no início do ano e do papel que desempenha no conflito separatista no leste da Ucrânia.

A este respeito, o ministério ucraniano das Relações Exteriores indicou em um comunicado que Moscou "prossegue com sua agressão militar contra a Ucrânia e se prepara para a ocupação de seu território".

"O fato de a Rússia retirar as placas dos veículos militares não engana ninguém", acrescentou. Kiev denuncia desde a sexta-feira a entrada em seu território de tanques e peças de artilharia a partir da Rússia.

Comboios de armamentos pesados

A missão da OSCE mobilizada no leste da Ucrânia para acompanhar o acordo de cessar-fogo, concluído em 5 de setembro, alertou mais uma vez nesta terça-feira ter observado o movimento de comboios de armamentos pesados em direção ao reduto separatista de Donetsk.

Os observadores da OSCE também avistaram a leste de Donetsk um comboio de 43 caminhões militares sem placas se dirigindo para o centro da cidade.

Cinco caminhões transportavam peças de artilharia pesada e cinco outros lança-foguetes múltiplos.

"O nível de violência no leste da Ucrânia e o risco de uma nova escalada são altos e estão aumentando", afirmou Michael Bociurkiw, membro da missão especial de supervisão da OSCE na Ucrânia, em coletiva de imprensa em Kiev.

Ainda na região de Donetsk, doze especialistas holandeses visitaram nesta terça-feira o local da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, derrubado em 17 de julho quando sobrevoava as regiões separatistas do leste da Ucrânia. O incidente provocou a morte das 298 pessoas a bordo.

Acompanhados por rebeldes armados, os especialistas examinaram um campo perto da vila de Grabove, onde parte dos destroços caíram.

De acordo com o ministério holandês da Segurança e da Justiça, a missão "conseguiu coletar restos humanos no local do desastre" e recebeu dois documentos de identidade apresentados por um morador do local.

Logo após o desastre, os Estados Unidos e Kiev afirmaram que o avião, que fazia o trajeto Amsterdã-Kuala Lumpur, foi atingido por um míssil Bouk, fornecido aos rebeldes pela Rússia.

Moscou negou e acusou as forças ucranianas de responsabilidade na tragédia.

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