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Os países mais corruptos (e os menos desonestos) em 2016

Novo ranking da organização Transparência Internacional lista os "reinos" da impunidade, negociatas e instituições fracas

 (PitiyaO/Thinkstock)

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Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 11h38.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2018 às 12h26.

São Paulo - A desonestidade em qualquer esfera da vida cobra um preço alto.  Em se tratando dos governos nacionais, a conta não se resume apenas à usurpação de cifras vultosas dos cofres públicos. De acordo com o novo relatório da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional, a corrupção e a desigualdade formam um círculo vicioso.

A falta de lisura de um país está ligada a baixos índices de desenvolvimento humano, mão de obra escrava e infantil, tráfico de pessoas e animais silvestres, destruição ambiental, aumento da ineficiência do sistema político e econômico entre outras mazelas que, no extremo, corroem os alicerces da democracia.

Divulgada nesta quarta-feira (25), a nova edição do Índice de Percepção da Corrupção mediu os níveis percebidos de corrupção no setor público em 176 países, com base na opinião de especialistas. Os países receberam notas que variam de 0 a 100.

Quanto mais próxima de zero for a pontuação, mais corrupto é o setor público daquele lugar. Ao todo, dois terços de todos os países listados no índice têm uma pontuação abaixo de 50, em uma escala de 0 (considerado o mais corrupto) a 100 (considerado o menos corrupto).

"O ano de 2016 mostrou que, ao redor do mundo, a corrupção sistêmica e a desigualdade social reforçam uma à outra, levando à falta de confiança popular nas instituições políticas e gerando um solo fértil para o crescimento do populismo", alerta o relatório.

Como mostra o gráfico abaixo, a corrupção é um problema massivo que se infiltra no setor público em escala global. Quanto mais vermelho escuro, mais corrupto é o país:

Brasil

Este ano, mais países caíram do que subiram no índice, demonstrando a necessidade urgente de ação. Em 79.º lugar, o Brasil está entre os que mais perderam posições nos últimos cinco anos de ranking.

Conforme o relatório,  grandes casos de corrupção, como o da Petrobras e Odebrecht, mostram como o conluio entre empresas e políticos subtrai das economias nacionais bilhões de dólares que foram canalizados para beneficiar poucos às custas de muitos.

"Esse tipo de corrupção sistêmica e em larga escala viola os direitos humanos, impede o desenvolvimento sustentável e alimenta a exclusão social", observa a entidade.

No entanto, diz a Transparência Internacional, o país demonstrou em 2016 que por meio do trabalho independente de agentes da lei é possível punir aqueles que antes eram considerados intocáveis.

Nenhum país é livre de corrupção

Separamos a seguir os 20 países mais corruptos do planeta e os menos. Consideramos apenas os países mais problemáticos, que tiveram as menores notas na classificação geral no índice, sendo a Somália, o Sudão do Sul e a Coreia do Norte os piores casos. Países nas últimas colocações do índice são caracterizados pela ampla impunidade da corrupção, governança fraca e instituições frágeis.

No extremo oposto, entre os países menos corruptos, aparecem a Dinamarca e a Nova Zelândia. Embora nenhum país seja livre de corrupção, os países no topo compartilham características de governo aberto, liberdade de imprensa, liberdades civis e sistemas judiciais independentes.

Países mais corruptosPontuação / 100Países menos corruptosPontuação/100
Somália10Dinamarca90
Sudão do Sul11Nova Zelândia90
Coreia do Norte12Finlândia89
Síria13Suécia88
Iêmen14Suíça86
Sudão14Noruega85
Líbia14Singapura84
Afeganistão15Holanda83
Guiné-Bissau16Canadá82
Venezuela17Alemanha81
Iraque17Luxemburgo81
Eritreia18Reino Unido81
Angola18Austrália79
República do Congo20Islândia78
Haiti20Bélgica77
Chade20Hong Kong77
República Centro-Africana20Áustria75
Burundi20Estados Unidos74
Uzbequistão21Irlanda73
República Democrática do Congo21Japão72

 

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