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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h38.
Membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) recusaram, nesta quinta-feira (1/6) proposta feita pela Venezuela para que reduzissem a produção do grupo. A maioria dos 11 delegados reunidos em Caracas preferiu firmar um acordo para continuar produzindo em uma capacidade próxima da máxima - 30 milhões de barris por dia, o equivalente a 40% do total mundial.
A Arábia Saudita, maior país produtor de petróleo, liderou o esforço do cartel para conter a Venezuela e sua tentativa de usar a Opep como um instrumento contra os Estados Unidos. Os preços do petróleo estão subindo e próximos dos níveis recordes, e um corte na produção da organização causaria uma alta ainda maior, indicam analistas. Eles alertam também que isso poderia prejudicar o crescimento mundial e pressionar a inflação.
Segundo o britânico Financial Times, essa é mais uma tentativa do presidente venezuelano de usar aliados para espalhar sua mensagem contra os Estados Unidos e a favor do "nacionalismo energético". Ele já apoiou, por exemplo, a Bolívia a entrar na Opep como país observador e o Equador a retornar à organização como membro - depois de ter atuado no grupo entre os anos de 1973 e 1992. Os dois países vêm tomando atitudes recentemente para assumir maior controle sobre seus recursos energéticos - em março, a Bolívia nacionalizou o setor de hidrocarbonetos, prejudicando petrolíferas estrangeiras como a brasileira Petrobras.
"A vida de nossa organização não tem sido fácil. Vivemos sob um modo injusto de exploração. O petróleo é a razão de nossa agressão permanente ao império americano, porque o petróleo não beneficiou o povo venezuelano enquanto o império americano o bebia", afirmou Chávez durante a reunião com os delegados da Opep.