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ONU tentará explicar "hiato" na mudança climática

Comissão se reuniu para rever o esboço de um relatório da ONU que eleva para 95% a probabilidade de que aquecimento global tenha causas humanas

Gelo derretido em oceano: documento da ONU alerta para episódios climáticos mais extremos se os governos não tomarem fortes providências (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 18h30.

Estocolmo - Uma comissão de especialistas da ONU se reuniu na segunda-feira para rever o esboço de um relatório que eleva para 95 por cento a probabilidade de que a mudança climática tenha causas humanas, e alerta para episódios climáticos mais extremos se os governos não tomarem fortes providências.

Cientistas e funcionários de 110 governos iniciaram em Estocolmo uma reunião de quatro dias para editar e aprovar um texto de 31 páginas que também tenta explicar um "hiato" no ritmo do aquecimento global neste século, apesar do aumento nas emissões de gases do efeito estufa.

O Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC) repassará o documento linha a linha e o apresentará na sexta-feira como principal guia para os governos, que já decidiram aprovar até 2015 um novo acordo climático no âmbito da ONU.

"Espero que o mundo entenda a simplicidade e a gravidade da mensagem que vamos fornecer", disse Rajendra Pachauri, presidente do IPCC, após a sessão de abertura.

A mudança climática "vai transformar nossas vidas, nossas economias e na verdade a forma como o nosso planeta irá funcionar no futuro", disse aos delegados Achim Steiner, chefe do Programa de Meio Ambiente da ONU.

Uma passagem a uma economia mais limpa, baseada em energias renováveis, deve trazer múltiplos benefícios para a sociedade, segundo ele.

Esboços do IPCC vistos pela Reuters dizem que as atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis são, de forma "extremamente provável" - pelo menos 95 por cento de probabilidade -, a principal causa do aquecimento global desde a década de 1950.

No relatório anterior, em 2007, a causa humana era vista como "muito provável", ou uma probabilidade de pelo menos 90 por cento. No relatório de 2001 a cifra era de 66 por cento, o que deixava uma considerável probabilidade para as causas naturais.

O texto em discussão diz que "há uma alta confiança" de que o aquecimento de causa humana tenha "aquecido o oceano, derretido neve e gelo, elevado o nível médio global do mar e alterado alguns extremos climáticos".

A maior parte desses impactos deve piorar se os governos não tomarem medidas para reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa, diz o texto. O relatório, assinado por 259 autores de 39 países, é o primeiro de quatro que o IPCC deve lançar no próximo ano para tratar do aquecimento global.

Os ambientalistas querem uma ação rápida. O Greenpeace disse que os governos deveriam acabar o relatório e passar para as energias limpas. Samantha Smith, do WWF, disse: "O mundo natural está enviando um sinal de socorro, e estamos ignorando isso por nossa conta e risco."

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Estocolmo - Uma comissão de especialistas da ONU se reuniu na segunda-feira para rever o esboço de um relatório que eleva para 95 por cento a probabilidade de que a mudança climática tenha causas humanas, e alerta para episódios climáticos mais extremos se os governos não tomarem fortes providências.

Cientistas e funcionários de 110 governos iniciaram em Estocolmo uma reunião de quatro dias para editar e aprovar um texto de 31 páginas que também tenta explicar um "hiato" no ritmo do aquecimento global neste século, apesar do aumento nas emissões de gases do efeito estufa.

O Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC) repassará o documento linha a linha e o apresentará na sexta-feira como principal guia para os governos, que já decidiram aprovar até 2015 um novo acordo climático no âmbito da ONU.

"Espero que o mundo entenda a simplicidade e a gravidade da mensagem que vamos fornecer", disse Rajendra Pachauri, presidente do IPCC, após a sessão de abertura.

A mudança climática "vai transformar nossas vidas, nossas economias e na verdade a forma como o nosso planeta irá funcionar no futuro", disse aos delegados Achim Steiner, chefe do Programa de Meio Ambiente da ONU.

Uma passagem a uma economia mais limpa, baseada em energias renováveis, deve trazer múltiplos benefícios para a sociedade, segundo ele.

Esboços do IPCC vistos pela Reuters dizem que as atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis são, de forma "extremamente provável" - pelo menos 95 por cento de probabilidade -, a principal causa do aquecimento global desde a década de 1950.

No relatório anterior, em 2007, a causa humana era vista como "muito provável", ou uma probabilidade de pelo menos 90 por cento. No relatório de 2001 a cifra era de 66 por cento, o que deixava uma considerável probabilidade para as causas naturais.

O texto em discussão diz que "há uma alta confiança" de que o aquecimento de causa humana tenha "aquecido o oceano, derretido neve e gelo, elevado o nível médio global do mar e alterado alguns extremos climáticos".

A maior parte desses impactos deve piorar se os governos não tomarem medidas para reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa, diz o texto. O relatório, assinado por 259 autores de 39 países, é o primeiro de quatro que o IPCC deve lançar no próximo ano para tratar do aquecimento global.

Os ambientalistas querem uma ação rápida. O Greenpeace disse que os governos deveriam acabar o relatório e passar para as energias limpas. Samantha Smith, do WWF, disse: "O mundo natural está enviando um sinal de socorro, e estamos ignorando isso por nossa conta e risco."

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