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ONG afirma que regime sírio tem milhares de pessoas presas

O regime da Síria tem dezenas de milhares de pessoas detidas, muitas torturadas, denunciou a organização Human Rights Watch

Base militar na Síria: "na Síria, está o abuso invisível dos presos políticos, que são detidos, torturados e inclusive assassinados", disse ONG (Ayman Alderi/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2013 às 08h48.

Cairo - O regime da Síria tem dezenas de milhares de pessoas detidas, muitas das quais estão há muito tempo na prisão e foram torturadas, denunciou a organização Human Rights Watch (HRW).

"Além da brutalidade dos combates na Síria, está o abuso invisível dos presos políticos, que são detidos, torturados e inclusive assassinados", disse o diretor da HRW para o Oriente Médio e o norte da África, Joe Stork.

Em um relatório, divulgado na noite da última quinta-feira, por ocasião de uma campanha de sensibilização, o HRW publicou a história de 21 sírios que foram presos no começo da revolta no país, em março de 2011 e que levou a uma sangrenta guerra civil que causou mais de 100 mil mortes, segundo dados da ONU .

Esses 21 sírios exerciam seu direito de expressão e reunião livremente, e proporcionavam ajuda médica aos feridos nos protestos ou abrigavam refugiados pelo conflito, entre outras ações, segundo o grupo de direitos humanos.

Para a HRW, o uso sistemático da tortura por parte do governo sírio é uma amostra de uma política de Estado responsável por crimes contra a Humanidade.

Antigos detentos revelaram que as forças de segurança abusaram sexualmente deles, os submeteram a descargas elétricas nos genitais e que foram espancados com paus, cabos e objetos metálicos.


A organização documentou pelo menos 27 lugares na Síria onde os civis são torturados.

Além disso, segundo a ONG, as autoridades mantêm os detidos em penitenciárias sem acusações formais durante meses, os maltratam e impedem o contato com seus advogados e familiares.

Em um dos casos, um trabalhador da construção, Yehia Shorbayi, que era conhecido por oferecer flores aos agentes de segurança nos primeiros dias da revolta, foi detido com outros ativistas sem que sua família voltasse a ter informações sobre sua situação.

Em julho de 2012, a Síria aprovou uma lei contra o terrorismo que criminaliza quase todas as formas de oposição pacífica, e a utilizou junto aos tribunais militares para punir os protestos e negar aos acusados o direito a um julgamento justo, apontou a Human Rights Watch.

Sob esta lei, pelo menos 35 mil presos políticos não violentos foram processados, dos quais 19 mil estão à espera de um julgamento, 10 mil foram declarados culpados e outros 6 mil, libertados, explicou ao grupo um advogado que acompanha esses casos em Damasco.

Diante dessa situação, a HRW pediu a libertação dos presos políticos e a permissão de Damasco para que os organismos internacionais possam ter acesso aos centros de detenção.

Também exigiu que os grupos de oposição que fizeram detenções de jornalistas, trabalhadores humanitários e ativistas os libertem e respeitem os direitos humanos.

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Cairo - O regime da Síria tem dezenas de milhares de pessoas detidas, muitas das quais estão há muito tempo na prisão e foram torturadas, denunciou a organização Human Rights Watch (HRW).

"Além da brutalidade dos combates na Síria, está o abuso invisível dos presos políticos, que são detidos, torturados e inclusive assassinados", disse o diretor da HRW para o Oriente Médio e o norte da África, Joe Stork.

Em um relatório, divulgado na noite da última quinta-feira, por ocasião de uma campanha de sensibilização, o HRW publicou a história de 21 sírios que foram presos no começo da revolta no país, em março de 2011 e que levou a uma sangrenta guerra civil que causou mais de 100 mil mortes, segundo dados da ONU .

Esses 21 sírios exerciam seu direito de expressão e reunião livremente, e proporcionavam ajuda médica aos feridos nos protestos ou abrigavam refugiados pelo conflito, entre outras ações, segundo o grupo de direitos humanos.

Para a HRW, o uso sistemático da tortura por parte do governo sírio é uma amostra de uma política de Estado responsável por crimes contra a Humanidade.

Antigos detentos revelaram que as forças de segurança abusaram sexualmente deles, os submeteram a descargas elétricas nos genitais e que foram espancados com paus, cabos e objetos metálicos.


A organização documentou pelo menos 27 lugares na Síria onde os civis são torturados.

Além disso, segundo a ONG, as autoridades mantêm os detidos em penitenciárias sem acusações formais durante meses, os maltratam e impedem o contato com seus advogados e familiares.

Em um dos casos, um trabalhador da construção, Yehia Shorbayi, que era conhecido por oferecer flores aos agentes de segurança nos primeiros dias da revolta, foi detido com outros ativistas sem que sua família voltasse a ter informações sobre sua situação.

Em julho de 2012, a Síria aprovou uma lei contra o terrorismo que criminaliza quase todas as formas de oposição pacífica, e a utilizou junto aos tribunais militares para punir os protestos e negar aos acusados o direito a um julgamento justo, apontou a Human Rights Watch.

Sob esta lei, pelo menos 35 mil presos políticos não violentos foram processados, dos quais 19 mil estão à espera de um julgamento, 10 mil foram declarados culpados e outros 6 mil, libertados, explicou ao grupo um advogado que acompanha esses casos em Damasco.

Diante dessa situação, a HRW pediu a libertação dos presos políticos e a permissão de Damasco para que os organismos internacionais possam ter acesso aos centros de detenção.

Também exigiu que os grupos de oposição que fizeram detenções de jornalistas, trabalhadores humanitários e ativistas os libertem e respeitem os direitos humanos.

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