Obama ganha apoio de líderes republicanos para ação na Síria
Presidente dos EUA anunciou também ter um plano mais amplo para ajudar os rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 20h25.
Beirute/Washingon - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, obteve nesta terça-feira o apoio de dois importantes parlamentares republicanos para um ataque à Síria e anunciou ter um plano mais amplo para ajudar os rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad.
No mesmo dia, a Organização das Nações Unidas (ONU) apontou esse conflito, com 2 milhões de refugiados, como a maior ameaça à paz mundial desde a Guerra do Vietnã (1955-1975).
Aparentemente questionando a legalidade da eventual ação militar dos EUA, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, disse que o uso da força só é legal quando ocorre em defesa própria ou com a autorização do Conselho de Segurança da ONU.
Os EUA preparam um ataque limitado como punição a Assad pelo suposto uso de armas químicas contra civis, algo que Damasco nega. A Rússia, principal aliada do governo sírio, há meses impede qualquer ação do Conselho de Segurança contra Assad.
Ban disse que, se inspetores da ONU confirmarem o uso de armas químicas na Síria, o Conselho deveria superar suas divergências e agir.
Obama, que havia surpreendido aliados e inimigos no Oriente Médio ao anunciar que adiaria um ataque até o fim do recesso parlamentar, se reuniu nesta terça-feira com líderes parlamentares na Casa Branca para solicitar uma decisão e garantir que não pretende envolver o país em outra guerra prolongada, como as do Iraque e Afeganistão.
O presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, e o líder da maioria republicana na Câmara, Eric Cantor, saíram da reunião prometendo apoio a uma ação militar.
A Câmara e o Senado devem votar a autorização do uso da força na semana que vem. A votação na Câmara, onde a oposição republicana tem maioria, representa um desafio maior para Obama.
A liderança republicana na Câmara liberou cada deputado para votar conforme sua consciência, mas a recusa dos principais deputados republicanos em apoiar a iniciativa de Obama seria um golpe para o presidente. "Acredito que meus colegas deveriam apoiar esse chamado à ação", disse Boehner a jornalistas.
O presidente disse que o objetivo dos eventuais ataques será punir Assad pelo uso de armas químicas, ao passo que outras ações dos EUA serviriam para reforçar os rebeldes, embora a Casa Branca tenha insistido não estar buscando uma "mudança de regime".
"O que estamos antevendo é algo limitado. É algo proporcional. Irá degradar as capacidades de Assad", disse Obama. "Ao mesmo tempo, temos uma estratégia mais ampla que nos permitirá atualizar as capacidades da oposição." A oposição síria fez um apelo a seus aliados ocidentais para que enviem armas e usem seu poderio aéreo para acabar com uma guerra que já matou mais de 100 mil pessoas.
Ao mesmo tempo, a presença de militantes islâmicos entre os rebeldes, alguns deles próximos à Al Qaeda, deixa os governos ocidentais relutantes, apesar da pressão por uma intervenção diante do elevado custo humanitário.
Nesta terça-feira, o presidente da Comissão de Serviços Armados do Senado disse estar confiante, após conversar com Obama, de que os Estados Unidos intensificariam seu apoio a elementos "selecionados" da oposição síria.
O democrata Carl Levin disse ter sugerido à Casa Branca que os EUA forneçam aos rebeldes armas "que não possam ser usadas contra nós", como armas antitanque.
Alguns parlamentares ainda consideram que a solicitação feita por Obama é vaga demais, sem restringir explicitamente, por exemplo, o uso de forças terrestres.
Em visita ao Congresso, o secretário de Estado, John Kerry, disse que "o presidente não tem nenhuma intenção" de colocar tropas dentro da Síria, mas que é preciso prever um cenário em que "a Síria implodisse" e fosse necessário proteger arsenais químicos contra terroristas.
Kerry disse que o governo não está considerando a possibilidade de perder uma votação no Congresso autorizando a intervenção militar, pois isso seria "muito terrível".
"Não estamos nem pensando (em perder a aprovação) porque é muito terrível", afirmou Kerry quando questionado o que Obama faria se não conseguisse o aval dos parlamentares.
O secretário de Estado apelou para que o Congresso não limite a autoridade dos EUA em uma eventual intervenção "para um momento específico", dizendo que o Exército tinha mais opções caso o governo sírio volte a usar armas químicas no futuro.
"Se ele fosse tolo o suficiente para fazê-lo novamente, o general tem possibilidade de continuidade (de ataques)", disse Kerry referindo-se ao general Martin Dempsey, presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
"Seria importante para o próprio Assad saber que os senhores não limitaram essa (autorização) para um momento específico no que diz respeito às armas químicas", afirmou.
"Ainda se pode ter uma autorização limitada. Mas com relação às armas químicas, seria um grande erro privar o general Dempsey e companhia de suas opções para fazer valer o que estamos tentando alcançar."
Beirute/Washingon - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, obteve nesta terça-feira o apoio de dois importantes parlamentares republicanos para um ataque à Síria e anunciou ter um plano mais amplo para ajudar os rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad.
No mesmo dia, a Organização das Nações Unidas (ONU) apontou esse conflito, com 2 milhões de refugiados, como a maior ameaça à paz mundial desde a Guerra do Vietnã (1955-1975).
Aparentemente questionando a legalidade da eventual ação militar dos EUA, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, disse que o uso da força só é legal quando ocorre em defesa própria ou com a autorização do Conselho de Segurança da ONU.
Os EUA preparam um ataque limitado como punição a Assad pelo suposto uso de armas químicas contra civis, algo que Damasco nega. A Rússia, principal aliada do governo sírio, há meses impede qualquer ação do Conselho de Segurança contra Assad.
Ban disse que, se inspetores da ONU confirmarem o uso de armas químicas na Síria, o Conselho deveria superar suas divergências e agir.
Obama, que havia surpreendido aliados e inimigos no Oriente Médio ao anunciar que adiaria um ataque até o fim do recesso parlamentar, se reuniu nesta terça-feira com líderes parlamentares na Casa Branca para solicitar uma decisão e garantir que não pretende envolver o país em outra guerra prolongada, como as do Iraque e Afeganistão.
O presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, e o líder da maioria republicana na Câmara, Eric Cantor, saíram da reunião prometendo apoio a uma ação militar.
A Câmara e o Senado devem votar a autorização do uso da força na semana que vem. A votação na Câmara, onde a oposição republicana tem maioria, representa um desafio maior para Obama.
A liderança republicana na Câmara liberou cada deputado para votar conforme sua consciência, mas a recusa dos principais deputados republicanos em apoiar a iniciativa de Obama seria um golpe para o presidente. "Acredito que meus colegas deveriam apoiar esse chamado à ação", disse Boehner a jornalistas.
O presidente disse que o objetivo dos eventuais ataques será punir Assad pelo uso de armas químicas, ao passo que outras ações dos EUA serviriam para reforçar os rebeldes, embora a Casa Branca tenha insistido não estar buscando uma "mudança de regime".
"O que estamos antevendo é algo limitado. É algo proporcional. Irá degradar as capacidades de Assad", disse Obama. "Ao mesmo tempo, temos uma estratégia mais ampla que nos permitirá atualizar as capacidades da oposição." A oposição síria fez um apelo a seus aliados ocidentais para que enviem armas e usem seu poderio aéreo para acabar com uma guerra que já matou mais de 100 mil pessoas.
Ao mesmo tempo, a presença de militantes islâmicos entre os rebeldes, alguns deles próximos à Al Qaeda, deixa os governos ocidentais relutantes, apesar da pressão por uma intervenção diante do elevado custo humanitário.
Nesta terça-feira, o presidente da Comissão de Serviços Armados do Senado disse estar confiante, após conversar com Obama, de que os Estados Unidos intensificariam seu apoio a elementos "selecionados" da oposição síria.
O democrata Carl Levin disse ter sugerido à Casa Branca que os EUA forneçam aos rebeldes armas "que não possam ser usadas contra nós", como armas antitanque.
Alguns parlamentares ainda consideram que a solicitação feita por Obama é vaga demais, sem restringir explicitamente, por exemplo, o uso de forças terrestres.
Em visita ao Congresso, o secretário de Estado, John Kerry, disse que "o presidente não tem nenhuma intenção" de colocar tropas dentro da Síria, mas que é preciso prever um cenário em que "a Síria implodisse" e fosse necessário proteger arsenais químicos contra terroristas.
Kerry disse que o governo não está considerando a possibilidade de perder uma votação no Congresso autorizando a intervenção militar, pois isso seria "muito terrível".
"Não estamos nem pensando (em perder a aprovação) porque é muito terrível", afirmou Kerry quando questionado o que Obama faria se não conseguisse o aval dos parlamentares.
O secretário de Estado apelou para que o Congresso não limite a autoridade dos EUA em uma eventual intervenção "para um momento específico", dizendo que o Exército tinha mais opções caso o governo sírio volte a usar armas químicas no futuro.
"Se ele fosse tolo o suficiente para fazê-lo novamente, o general tem possibilidade de continuidade (de ataques)", disse Kerry referindo-se ao general Martin Dempsey, presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
"Seria importante para o próprio Assad saber que os senhores não limitaram essa (autorização) para um momento específico no que diz respeito às armas químicas", afirmou.
"Ainda se pode ter uma autorização limitada. Mas com relação às armas químicas, seria um grande erro privar o general Dempsey e companhia de suas opções para fazer valer o que estamos tentando alcançar."