OBAMA E HILLARY: o presidente deveria emprestar popularidade a Hillary; não foi o que aconteceu esta semana / Chuck Kennedy / White House
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2016 às 19h38.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h02.
Ainda faltam cerca de duas semanas para republicanos e democratas baterem o martelo nos nomes de Donald Trump e Hillary Cllinton como seus candidatos à Casa Branca. Mas os dois partidos já agem como se a parada estivesse decidida. Hoje, na Carolina do Norte, os democratas dão um passo definitivo nesse sentido: o presidente Barack Obama faz campanha por Hillary pela primeira vez — um apoio que era longamente esperado pela base democrata, já que a aprovação de 50,2% do presidente é muito maior que a da candidata (40%).
Na corrida presidencial de 2008, Hillary acusou Obama de envolvimento com empresários julgados por corrupção e ele se defendeu dizendo que trabalhava com o povo nas ruas enquanto ela era do conselho administrativo do Walmart. Águas passadas, pelo menos nas aparências. No começo de junho, Obama afirmou em um vídeo que “nunca existiu alguém tão preparado para a presidência quanto Hillary Clinton”.
A escolha do lugar do encontro não é à toa: a Carolina do Norte é essencial para a campanha democrata. Em 2008, Obama venceu no estado por uma margem de apenas 0,3% sobre John McCain, e perdeu em 2012 para Mitt Romney. Recuperar o estado é, portanto, fundamental na geografia eleitoral. Desde 2000, 40 dos 50 estados americanos votam sempre nos mesmos partidos. Nos dez estados restantes, Carolina do Norte e Indiana foram os únicos em que Obama perdeu em suas vitórias.
A campanha de Hillary com Obama, bem como sua busca pelo vice perfeito, mostram o desenrolar do Partido Democrata na construção da popularidade de Clinton. As pesquisas revelam que Hillary lidera com 45% das intenções de voto, frente aos 39% de Trump, mas os cerca de 15% de indecisos devem ser decisivos.
Na outra mão, Trump tem compromisso marcado hoje horas depois dos democratas, na cidade de Raleigh, também na Carolina do Norte. O empresário ainda luta para conquistar alguns dos republicanos mais influentes. É hora de Trump começar a conquistar mais aliados.