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Obama diz que déficit não preocupa e anima bolsas

Presidente eleito dos EUA promete mais medidas para estimular a economia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou na noite deste domingo que a economia americana ainda deve piorar antes de se recuperar e que novas medidas de estímulo serão necessárias. Por esse motivo, o crescimento do déficit fiscal dos EUA não seria uma preocupação neste momento.

Em entrevista ao programa "Meet the Press" (Encontro com a Imprensa), da rede de televisão americana NBC, que foi ao ar neste domingo, Obama afirmou que sua "prioridade número um" será tratar do desemprego, do congelamento do crédito e da queda dos preços dos imóveis.

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Desde a eleição de Obama, economistas em todo o mundo passaram a especular se o novo presidente adotaria mais medidas para reaquecer a economia ou seria obrigado a adotar uma posição mais conservadora para conter o déficit fiscal. Especialistas estimam que o governo federal esteja próximo de gastar 1 trilhão de dólares a mais do que arrecada em um ano. Na entrevista à NBC, no entanto. Obama disse: "Nós não podemos nos preocupar, no curto prazo, com o déficit. (...) Precisamos ter certeza que o plano de estímulo econômico é grande o suficiente para mover a economia."

Obama também revelou que planeja o maior investimento público em infra-estrutura desde a década de 1950. O objetivo é criar 2,5 milhões de empregos, a um custo estimado por analistas em cerca de 500 bilhões de dólares.

Os EUA deram sinais de enfraquecimento econômico rápido nas últimas semanas. O pior indicador foi divulgado na última sexta-feira, quando o governo informou que as empresas do país eliminaram 533 mil empregos em novembro. O número foi bem maior que o esperado e mostra que o mercado de trabalho sofre fortemente os efeitos da recessão iniciada em dezembro de 2007.

O Federal Reserve (banco central dos EUA) já gastou boa parte de sua munição para estimular a economia. A taxa básica de juros foi cortada para 1% ao ano e o mercado acredita em uma redução de até 0,75 ponto percentual na última reunião do Fed, na próxima semana. O banco, entretanto, também pode agir em outras taxas de crédito que normalmente não são seu alvo, como os juros das hipotecas e do crédito a empresas, segundo o "Wall Street Journal".

Obama defendeu ainda mais medidas para ajudar os mutuários a arcar com suas hipotecas - evitando perdas ainda maiores para os bancos americanos e a continuidade da queda dos preços dos imóveis. O presidente eleitor afirmou que o atual governo - de George W. Bush - não tomou medidas "agressivas o suficiente" para estabilizar a crise dos imóveis e prometeu fazer o que não for feito até que ele tome posse.

Neste final de semana, Obama também defendeu o pacote de ajuda às montadoras General Motors, Chrysler e Ford, que pedem 34 bilhões de dólares ao Congresso para se adequarem à nova realidade de mercado. Os parlamentares podem decidir ainda nesta segunda-feira pela concessão de uma ajuda mais modesta às montadoras, de cerca de 15 bilhões de dólares.

Os comentários de Obama fizeram as bolsas asiáticas fecharem em forte alta. Os pregões europeus também respondem bem às declarações, com valorizações representativas.

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