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Novo Procurador da Venezuela promete prender líderes opositores

"Buscaremos as câmeras, vídeos, fotos. Obteremos imagens de cada um deles para fazer com que paguem por terem assassinado", disse Tarek Saab

Venezuela: abusos de manifestantes, incluindo a tortura, são parte da "ruptura do Estado de Direito" na nação rica em petróleo (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: abusos de manifestantes, incluindo a tortura, são parte da "ruptura do Estado de Direito" na nação rica em petróleo (Marco Bello/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de agosto de 2017 às 10h58.

Caracas - A Venezuela irá perseguir e prender os líderes dos protestos violentos que vêm abalando o país desde abril, disse seu novo Procurador-Geral na quinta-feira, um dia antes de uma lei de crimes de ódio ser submetida a provável aprovação, apesar dos temores de que será usada para acabar com a dissidência.

A nova lei "contra o ódio e a intolerância", criticada por grupos de direitos humanos que a veem como uma farsa para cercear a oposição, deve ser aprovada nesta sexta-feira pela Assembleia Constituinte, eleita no mês passado a mando do presidente Nicolás Maduro.

Delcy Rodríguez, ex-chanceler fiel a Maduro que preside a entidade, disse que a lei será sancionada antes do final de semana. Ela falou à assembleia depois do discurso do Procurador-Geral, Tarek Saab, indicado pela própria assembleia no início deste mês e que prometeu rastrear os líderes dos protestos nos quais mais de 120 pessoas morreram desde o princípio de abril.

"Será uma questão de honra para a Procuradoria-Geral identificar quem foi responsável por cada um dos crimes de ódio que ocorreram neste país", falou Saab, ex-ombudsman de direitos humanos de Maduro, durante o discurso.

"Buscaremos as câmeras, vídeos, fotos. Obteremos imagens de cada um deles para fazer com que paguem por terem assassinado, por terem ferido as pessoas e deixado órfãos para trás", disse ele à assembleia dominada pelo governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) ao som de aplausos.

A comunidade internacional, porém, apontou para o governo de Maduro, não para manifestantes da oposição, ao atribuir a culpa pelas mortes.

Acredita-se que as forças de segurança venezuelanas e grupos pró-governo foram responsáveis pelas mortes de ao menos 73 manifestantes desde abril, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) em um relatório de 8 de agosto.

Abusos de manifestantes, incluindo a tortura, são parte da "ruptura do Estado de Direito" na nação rica em petróleo, mas economicamente debilitada, segundo o relatório.

Quem for condenado por expressar ódio ou intolerância será punido com até 25 anos de prisão, de acordo com o palavreado vago do projeto de lei de crimes de ódio.

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