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Novo presidente do México se recusa a usar avião e residência oficiais

Obrador oficializa duas grandes promessas de sua campanha e disse, ainda, que força de segurança presidencial agora irá "cuidar da população"

Andrés Manual López Obrador, novo presidente do México: AMLO arrematou uma vitória histórica no último domingo, levando a esquerda ao poder (Goran Tomasevic/Reuters)

Andrés Manual López Obrador, novo presidente do México: AMLO arrematou uma vitória histórica no último domingo, levando a esquerda ao poder (Goran Tomasevic/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 4 de julho de 2018 às 11h29.

Última atualização em 4 de julho de 2018 às 11h40.

São Paulo – Após uma vitória histórica no último domingo e que levará a esquerda ao poder do México, Andrés Manual López Obrador (também conhecido como AMLO), novo presidente do país, rejeitou usar o avião da presidência e disse que não irá viver na residência oficial, Los Pinos.

Assim que assumir o cargo, passará a usar apenas aeronaves comerciais e converterá a residência em um espaço de artes e cultura.

As ações, que estavam entre as principais promessas de campanha de Obrador, foram divulgadas na última terça-feira. O novo líder mexicano falou à imprensa logo após um encontro com o atual mandatário, Enrique Peña Nieto.

Ainda segundo Obrador, cujas declarações foram repercutidas pela imprensa mexicana, como o jornal El Nacional, o Estado Maior Presidencial, grupo de elite encarregado da proteção do presidente e primeira-dama do país, será incorporado à Secretária de Defesa. De acordo com ele, essa força agora “cuidará da população, das cidades, de você”.

Outro ponto abordado na coletiva foi a violência que assola o território mexicano. Sobre isso, Obrador informou que convocará líderes religiosos, especialmente o papa Francisco, para um encontro em que a paz no país será debatida.

Essa cúpula, explicou o novo presidente, contará ainda com a presença de enviados da Organização das Nações Unidas (ONU), organizações não-governamentais e defensores dos direitos humanos.

Eleições

Apresentado aos mexicanos como um candidato antissistema, Obrador, 64 anos, se consagrou vitorioso na terceira tentativa de se eleger para a presidência do México. Venceu com 53% dos votos e 30 pontos de vantagem em relação ao segundo candidato, numa vitória histórica para a esquerda e avassaladora para o establishment político.

Segundo analistas, Obrador conseguiu capitalizar o cansaço da população com os políticos tradicionais após seis anos de governo de Peña Nieto, que deixa a presidência após um mandato marcado pela corrupção e por denúncias de violações dos direitos humanos.

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