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EUA afirma que uso de armas químicas na Síria é "inegável"

Em pronunciamento à nação, o secretário de Estado John Kerry chamou o ataque de “inegável” e indicou que o governo de Bashar al-Assad seria o responsável


	O secretário de estado norte-americano chamou hoje os ataques com armas químicas da Síria de "obscenidade moral"
 (Antônio Cruz/ABr)

O secretário de estado norte-americano chamou hoje os ataques com armas químicas da Síria de "obscenidade moral" (Antônio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 16h43.

São Paulo – O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, confirmou hoje que os norte-americanos consideram o uso de armas químicas na Síria “um ato de imperdoável obscenidade moral” e afirmou que o presidente Barack Obama “acredita que que os responsáveis precisam responder por seus atos”. As declarações foram dadas em um pronunciamento do secretário de Estado à nação, na tarde desta segunda-feira.

No discurso, Kerry indicou que armas químicas foram usadas na Síria e acusou o ditador Bashar al-Assad de destruir as evidências. “O uso de armas químicas na Síria é inegável”, afirmou o norte-americano. "Nós sabemos que o regime sírio mantém essas armas químicas. Sabemos que o regime sírio tem capacidade de usar mísseis com essas armas. Sabemos que o regime sírio está determinado a erradicar a oposição dos lugares onde os ataques ocorreram. E com os nossos próprios olhos, nós nos tornamos testemunhas", disse, em discurso emocionado.

Kerry ainda criticou o governo sírio, que estaria tentando esconder as evidências. "Nosso senso básico de humanidade é ofendido não só por esse crime covarde, mas também pela tentativa cínica de acoberta-lo. A cada momento, o regime sírio falhou em cooperar com as investigações das Nações Unidas", afirmou.

De acordo com o secretário de Estado, os Estados Unidos vão estudar uma melhor maneira de como proceder em relação à guerra civil na Síria, onde mais de 100 mil pessoas morreram devido ao conflito. O uso de armas de destruição em massa era visto como um divisor de águas pelo governo de Barack Obama, que, até agora, havia se mantido mais distante da questão. Agora, segundo Kerry, o presidente acredita quem cometeu os ataques têm de ser responsabilizado por "usar as armas mais terríveis do mundo contra a população mais vulnerável do mundo".

No último dia 21, imagens de crianças e civis mortos em regiões periféricas próximas à capital Damasco chocaram o mundo. Segundo um grupo ativista que faz oposição ao presidente Assad, mais de 1.300 pessoas morreram no que os Estados Unidos agora afirmam ter sido um ataque químico lançado pelo governo.

Kerry afirmou que o governo norte-americano tem mais informações sobre o ataque, e vai divulgar essas informações "em alguns dias", conforme elas são "compiladas e revistas".

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se divide sobre a questão de intervenção militar na Síria. Dois de seus membros permanentes, com poder de veto, Rússia e China, são veementemente contra e vetam qualquer decisão neste sentido. De acordo com a Bloomberg, o ministro de Relações Exteriores da Rússia defende que qualquer intervenção militar por parte dos EUA sem a aprovação do Conselho de segurança seria “uma grave violação do direito internacional”.

Em uma série de declarações, o próprio Bashar al-Assad já ameaçou o Ocidente em caso de intervenção estrangeira, chegando a afirmar que qualquer operação militar dos Estados Unidos no país estaria destinada a falhar “assim como falhou no Vietnã”.

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