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Negociações na Ucrânia devem ser retomadas no sábado

Kiev, Moscou e os rebeldes pró-russos devem retomar no sábado as negociações para tentar acabar com o conflito ucraniano


	Petro Poroshenko: Poroshenko propôs que grupo de contato se reúna sábado
 (Anatoli Stepanov/AFP)

Petro Poroshenko: Poroshenko propôs que grupo de contato se reúna sábado (Anatoli Stepanov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2014 às 13h12.

Kiev - Kiev, Moscou e os rebeldes pró-russos, pressionados pelo Ocidente, devem retomar neste sábado as negociações para tentar acabar com o conflito no leste da Ucrânia, onde as forças do governo parecem marcar pontos.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko propôs que o grupo de contato sobre a crise, que reúne seu país, a Rússia e a OSCE, com a participação dos rebeldes, se encontre no sábado.

Em conversa por telefone com o chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, ele indicou ter proposto um local e hora da reunião. A presidência ucraniana ainda aguarda a confirmação da outra parte.

O presidente ucraniano expôs a Ashton a situação na região de Donbass e explicou as razões que o levaram a não prolongar o cessar-fogo que não foi respeitado pelos insurgentes, segundo o comunicado.

Ashton questionou qual apoio que Kiev espera obter da União Europeia, e garantiu que ele poderia contar com o apoio dos 28 países membros.

Informações conflitantes circularam nesta sexta-feira sobre a reunião do grupo de contato.

De acordo com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o encontro poderia acontecer em Donetsk, a capital de uma das duas regiões separatistas. A representante da OSCE, a diplomata suíça Heidi Tagliavini, deve "provavelmente" participar, de acordo com a mesma fonte.

Entre os insurgentes, o "vice-primeiro-ministro" de "República Popular da Donetsk", Andrei Purguin, evocou a possibilidade de que a reunião aconteça em Minsk, na Bielorrússia.

Solução de compromisso

Os representantes de Kiev se recusam a ir para Donetsk por razões de segurança, enquanto que os insurgentes não podem ir a um país da UE devido as sanções, explicou à agência Interfax-Ucrânia.


"Então, Minsk seria uma solução de compromisso que poderia acomodar a todos", acrescentou.

A crise ucraniana, opondo inicialmente os habitantes de língua russa do leste do país às autoridades de Kiev, revelou a velha rivalidade Leste-Oeste que pensávamos ter acabado com a Guerra Fria.

De um lado, americanos e europeus, do outro, os russos. As duas partes exigem mutualmente que se exerça pressão sobre os seus aliados ucranianos para acabar com o atual impasse diplomático.

Assim, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, declarou na quinta-feira que o Ocidente deve "convencer Kiev" a respeitar o apelo lançado na quarta-feira em Berlim pelos chefes da diplomacia, alemã, francesa, russa e ucraniana, para reunir o grupo de contato e negociar um cessar-fogo bilateral e durável.

No entanto, para Kiev - e os ocidentais - um retorno ao cessar-fogo só será possível se o Kremlin fazer com que os rebeldes aceitem as principais condições da Ucrânia, ou seja, a retomada do controle de sua fronteira com a Rússia e a libertação de todos reféns.

Para a Ucrânia, Estados Unidos e Europa, a chave para a paz está em Moscou, e o bloqueio é culpa dos insurgentes apoiados pela Rússia.

Confirmação dos insurgentes

No terreno, as operações militares ucranianas continuam, e as forças de Kiev têm registrado progressos.

O secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, Andrii Parubii, declarou nesta sexta-feira que "nada menos do que 150 combatentes rebeldes tinham sido eliminados e seis posições fortificadas destruídas" na quinta-feira durante os combates pelo controle de Mykolayivka, uma pequena cidade estratégica perto Slaviansk.

Uma confirmação implícita dos avanços das forças de Kiev veio pouco depois do "ministro da Defesa" de "República Popular da Donetsk", Igor Strelkov.

Se a Rússia não conseguir uma trégua com as forças ucranianas "ou não intervir junto a nossas forças armadas, pelo povo russo que vive aqui, nós seremos destruídos", afirmou em uma entrevista ao site LifeNews.

"Isso vai acontecer dentro de uma semana, no máximo duas. Slaviansk será destruída em primeiro lugar, com toda a sua população", disse o homem, que de acordo com o serviço de segurança da Ucrânia é um coronel da inteligência militar russa.

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