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Impostos dificultam venda de divisão de consumo da Pfizer

Negócio atrai a atenção de grandes empresas e está avaliado em 14 bilhões de dólares, mas tributação pode reduzir o lucro da Pfizer na venda

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h38.

O laboratório Pfizer estuda alternativas para vender sua divisão de produtos de consumo - aqueles que dispensam prescrição médica - sem que a incidência de impostos comprometa a rentabilidade da operação. Segundo o americano The Wall Street Journal, este é um dos maiores problemas com que a diretoria da Pfizer lida neste momento para viabilizar o negócio. A unidade de consumo é uma das mais rentáveis da companhia, mas ainda assim representa menos de 10% de suas vendas. O carro-chefe da divisão é o anti-séptico bucal Listerine.

A intenção da Pfizer de sair do ramo de consumo foi anunciada em fevereiro, o que atraiu a atenção de grandes empresas do setor, como a Colgate-Palmolive e a GlaxoSmithKline. A companhia espera obter cerca de 14 bilhões de dólares com o negócio. Mas, se optar pela venda direta de toda a unidade a um único comprador, o volume de impostos cobrados pela transação poderá deixar o resultado final muito abaixo do esperado pela Pfizer. Para compensar a tributação e angariar os 14 bilhões desejados, o laboratório teria que forçar os interessados a apresentar valores bem acima dessa cifra - o que reduziria o interesse de potenciais negociadores.

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A primeira forma de contornar a taxação seria uma simples troca de ações entre companhias. A segunda opção, segundo o jornal americano, seria fundir a divisão de consumo com a de outra companhia, criando uma terceira empresa na qual os acionistas da Pfizer detivessem, pelo menos, 50% do capital combinado. A terceira saída seria fatiar a divisão e vender suas partes a companhias distintas. Reuben Mark, presidente-executivo da Colgate, por exemplo, vem afirmando, nos últimos meses, que possui grande interesse na linha de produtos Listerine.

Pessoas que acompanham as negociações, porém, afirmam que a solução do impasse não está perto. A forma como a Pfizer encaminhará o processo terá também impactos sobre os concorrentes. Se optar mesmo por vender toda a unidade a um único comprador, favorecerá as grandes companhias do setor, como a Glaxo e a Novartis, o que comprometeria a posição de mercado de competidores menores, como a Colgate e a Reckitt.

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