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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.
Com o risco de greve cada vez maior, e dez semanas depois de ingressar no equivalente americano ao processo de concordata, a fabricante de autopeças Delphi aparenta buscar uma reestruturação menos conflituosa. A companhia abriu mão dos planos de deixar de remunerar integralmente 2 500 trabalhadores inativos, cortar até dois terços dos salários dos operários e reduzir drasticamente os planos de assistência médica e previdência privada.
A direção da Delphi também anunciou que não vai buscar a imposição, pela Justiça, de novos contratos de trabalho (com a maior redução de custo possível) até 17 de fevereiro. Analistas da indústria automotiva têm apontado os efeitos catastróficos que uma greve na Delphi causaria tanto à própria fabricante quanto à sua principal cliente, a General Motors.
Carregada para o centro do conflito, a GM concordou no mês passado a parar de pressionar por redução de preços de componentes automotivos da Delphi. A montadora também está negociando uma contribuição para o caixa dos sistemas de previdência, assistência médica e de encargos trabalhistas da Delphi.
Reportagem do diário britânico Financial Times nota que o tom das recentes declarações de Steve Miller, presidente executivo da Delphi, contrasta com sua agressividade logo depois da concordata, em 8 de outubro. À época, Miller dizia que os contratos de trabalho eram insustentáveis e que os sindicatos teriam de aceitar alterações de salários e benefícios.