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Demissões em montadoras alemãs podem ser positivas, diz <EM>Der Spiegel</EM>

Volkswagen, Mercedes e Opel planejam eliminar cerca de 29 000 empregos em fábricas alemãs. Mas bom desempenho de BMW e Porsche provam, diz a revista alemã Der Spiegel, que o problema não é a globalização, mas má administração

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

Há muito tempo afundando sob o peso do lento crescimento econômico e do desemprego em massa, a Alemanha não pode mais contar com os botes salva-vidas da indústria automotiva. A terceira maior economia do mundo tem crescido 1,4% ao ano, em média, desde a reunificação, em 1989. O índice de desemprego, de cerca de 11%, é o maior desde a Segunda Guerra (leia reportagem de EXAME sobre o colapso do welfare state alemão).

Quem se voltar para o setor automobilístico em busca de salvação certamente vai se frustrar. Reportagem de revista alemã Der Spiegel responsabiliza os gestores do setor, responsável por 14% dos postos de trabalho na Alemanha, por conduzirem pessimamente uma das principais indústrias do país -- há apenas dois anos qualificada pelo primeiro-ministro Gerhard Schröder como a salvadora da pátria.

A International Motor Show, encerrada na semana passada, serviu como melancólico palco para anúncios de redução da folha de pagamentos. A Volkwagen declarou que 10 000 demissões estão em estudo. A Opel decidiu cortar 10 000 vagas. E a Mercedes pode estar preparando a eliminaçao de 8 600 empregos.

Causa

Segundo a Der Spiegel, muitos podem concluir que essa hemorragia prova que, com a globalização a todo vapor, a Alemanha -- terra de altos salários e sindicatos poderosos -- simplesmente não pode competir com outros países pelo status de parque fabril ideal. O problema com essa teoria é que há duas notáveis exceções à pretensa regra: BMW e Porsche. A despeito da alta do petróleo, da desvalorização do dólar e da competição global crescente, ambas planejam criar novos empregos na Alemanha.

Na realidade, diz a reportagem, ao mesmo tempo em que a globalização certamente cumpre um papel na crise vivida pela indústria automobilística alemã, a causa preponderante é má administração.

Enquanto BMW e Porsche mantiveram-se focalizadas no básico -- assegurar-se da eficiência de suas fábricas, da qualidade de seus produtos e de que os novos modelos sejam bem recebidos pelo consumidor --, gigantes como a Volkswagen não foram tão disciplinadas, com os resultados desastrosos já conhecidos.

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