Multidão favorável a Mursi pede retorno do presidente
Os opositores a Mursi também convocaram uma demonstração de força na Praça Tahrir, no final da noite
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2013 às 16h10.
Cairo - Dezenas de milhares de partidários de Mohamed Mursi se reuniram para a primeira sexta-feira do Ramadã em frente a uma mesquita do Cairo, exigindo o retorno do presidente, deposto pelo Exército, em meio a um clima de tensão e incertezas.
Os opositores a Mursi também convocaram uma demonstração de força na Praça Tahrir, no final da noite, em ocasião da ruptura do jejum.
Ao meio-dia, uma grande multidão já estava reunida em frente à mesquita Rabaa al-Adawiya, no bairro de Nasr City, ocupado por partidários do presidente deposto há algumas semanas.
Com um Alcorão em uma mão e uma bandeira egípcia na outra, os manifestantes islamitas, provenientes de diversas regiões, condenavam as ações do Exército e expressavam sua lealdade a Mursi, constatou um jornalista da AFP.
"Estou convencido de que Mursi voltará a ocupar seu posto. Toda injustiça tem um fim", declarou Ibrahim Mohamed, estudante originário da província de Charqiya, no delta do Nilo.
Já os partidários do novo governo, que assumiu o poder após o golpe militar de 3 de julho, devem protestar na Praça Tahrir e diante do palácio presidencial, no bairro de Heliópolis, na periferia.
A maior mobilização deve ser realizada ao anoitecer, ao fim do período de jejum do Ramadã.
A alguns quilômetros dali, a emblemática Praça Tahrir estava quase deserta, sob o sol abrasador do verão, e apenas algumas dezenas de manifestantes ouviam a oração. O grande evento é esperado para a noite.
"Com o calor e o Ramadã, as pessoas ficam em suas casas durante o dia. Mas esta noite milhares virão para a iftar (ruptura do jejum) comum", declarou à AFP Gamal, de 48 anos, refugiado.
Esta dupla demonstração de força nas ruas suscita os temores de novos atos de violência, depois dos que deixaram uma centena de mortos desde a queda de Mursi, acusado de ter traído os ideais da revolta contra Hosni Mubarak, de não ter conseguido administrar o país e de ter defendido apenas os interesses do seu movimento, a Irmandade Muçulmana.
O mês sagrado do Ramadã começou com um ambiente menos descontraído do que o habitual no Egito, o país de maior população do mundo árabe, com 84 milhões de habitantes, o que reflete a tensão desde a queda de Mursi.
Durante a noite, um oficial da polícia foi morto e outro ficou ferido em um ataque contra um posto de controle na península do Sinai (nordeste) e uma delegacia foi atacada por um grupo de homens armados na cidade de El Arish, indicaram as autoridades.
Esta região sofre com problemas de segurança desde a queda de Hosni Mubarak, em 2011, e os incidentes aumentaram desde a deposição de Mursi.
Quase 100 pessoas morreram desde a queda do ex-chefe de Estado.
Os defensores de Mursi defendem que ele foi o primeiro presidente da história do país eleito democraticamente.
Na segunda-feira, poucos dias antes do início do Ramadã, 53 pessoas morreram e várias ficaram feridas em violentos distúrbios registrados durante uma manifestação a favor de Mursi diante da sede da Guarda Republicana.
A Irmandade Muçulmana denunciou um "massacre" contra manifestantes pacíficos, enquanto o Exército afirmou que atacou um grupo de "terroristas".
A desconfiança dos islamitas com as novas autoridades foi reforçada na quarta-feira, após a divulgação de uma nova ordem de prisão contra o Guia Supremo da Irmandade Muçulmana por incitação aos distúrbios de segunda-feira.
Na quinta-feira, o governo dos Estados Unidos pediu o fim das prisões arbitrárias de membros da Irmandade Muçulmana por considerar que as medidas contribuem para agravar a crise política.
Mursi "está em um local seguro" e "é tratado dignamente", segundo as novas autoridades. No entanto, ele não aparece em público desde sua queda, no dia 3 de julho.
Já o secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, pediu às novas autoridades que respeitem as "obrigações internacionais" na área dos direitos humanos.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, pediu nesta sexta-feira que o Egito liberte Mursi, detido no dia 3 de julho após sua deposição pelas forças armadas.
"Pedimos que acabem com todas as medidas que limitam a liberdade de movimento de Mursi", declarou o ministro, citado em um comunicado.
Westerwelle também pediu que uma "instituição neutra e com credibilidade indiscutível" tenha "acesso imediato ao ex-presidente".
Durante a coletiva de imprensa semanal do governo alemão, o porta-voz do ministério, Martin Schafer, disse que a instituição pode ser o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Na quarta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, declarou que Mursi está "em um local seguro para sua própria segurança", que é "tratado e maneira digna" e que não há acusações contra ele até o momento.
Enquanto isso, prosseguem as negociações para formar um novo governo dirigido pelo primeiro-ministro Hazem Beblawi.
Cairo - Dezenas de milhares de partidários de Mohamed Mursi se reuniram para a primeira sexta-feira do Ramadã em frente a uma mesquita do Cairo, exigindo o retorno do presidente, deposto pelo Exército, em meio a um clima de tensão e incertezas.
Os opositores a Mursi também convocaram uma demonstração de força na Praça Tahrir, no final da noite, em ocasião da ruptura do jejum.
Ao meio-dia, uma grande multidão já estava reunida em frente à mesquita Rabaa al-Adawiya, no bairro de Nasr City, ocupado por partidários do presidente deposto há algumas semanas.
Com um Alcorão em uma mão e uma bandeira egípcia na outra, os manifestantes islamitas, provenientes de diversas regiões, condenavam as ações do Exército e expressavam sua lealdade a Mursi, constatou um jornalista da AFP.
"Estou convencido de que Mursi voltará a ocupar seu posto. Toda injustiça tem um fim", declarou Ibrahim Mohamed, estudante originário da província de Charqiya, no delta do Nilo.
Já os partidários do novo governo, que assumiu o poder após o golpe militar de 3 de julho, devem protestar na Praça Tahrir e diante do palácio presidencial, no bairro de Heliópolis, na periferia.
A maior mobilização deve ser realizada ao anoitecer, ao fim do período de jejum do Ramadã.
A alguns quilômetros dali, a emblemática Praça Tahrir estava quase deserta, sob o sol abrasador do verão, e apenas algumas dezenas de manifestantes ouviam a oração. O grande evento é esperado para a noite.
"Com o calor e o Ramadã, as pessoas ficam em suas casas durante o dia. Mas esta noite milhares virão para a iftar (ruptura do jejum) comum", declarou à AFP Gamal, de 48 anos, refugiado.
Esta dupla demonstração de força nas ruas suscita os temores de novos atos de violência, depois dos que deixaram uma centena de mortos desde a queda de Mursi, acusado de ter traído os ideais da revolta contra Hosni Mubarak, de não ter conseguido administrar o país e de ter defendido apenas os interesses do seu movimento, a Irmandade Muçulmana.
O mês sagrado do Ramadã começou com um ambiente menos descontraído do que o habitual no Egito, o país de maior população do mundo árabe, com 84 milhões de habitantes, o que reflete a tensão desde a queda de Mursi.
Durante a noite, um oficial da polícia foi morto e outro ficou ferido em um ataque contra um posto de controle na península do Sinai (nordeste) e uma delegacia foi atacada por um grupo de homens armados na cidade de El Arish, indicaram as autoridades.
Esta região sofre com problemas de segurança desde a queda de Hosni Mubarak, em 2011, e os incidentes aumentaram desde a deposição de Mursi.
Quase 100 pessoas morreram desde a queda do ex-chefe de Estado.
Os defensores de Mursi defendem que ele foi o primeiro presidente da história do país eleito democraticamente.
Na segunda-feira, poucos dias antes do início do Ramadã, 53 pessoas morreram e várias ficaram feridas em violentos distúrbios registrados durante uma manifestação a favor de Mursi diante da sede da Guarda Republicana.
A Irmandade Muçulmana denunciou um "massacre" contra manifestantes pacíficos, enquanto o Exército afirmou que atacou um grupo de "terroristas".
A desconfiança dos islamitas com as novas autoridades foi reforçada na quarta-feira, após a divulgação de uma nova ordem de prisão contra o Guia Supremo da Irmandade Muçulmana por incitação aos distúrbios de segunda-feira.
Na quinta-feira, o governo dos Estados Unidos pediu o fim das prisões arbitrárias de membros da Irmandade Muçulmana por considerar que as medidas contribuem para agravar a crise política.
Mursi "está em um local seguro" e "é tratado dignamente", segundo as novas autoridades. No entanto, ele não aparece em público desde sua queda, no dia 3 de julho.
Já o secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, pediu às novas autoridades que respeitem as "obrigações internacionais" na área dos direitos humanos.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, pediu nesta sexta-feira que o Egito liberte Mursi, detido no dia 3 de julho após sua deposição pelas forças armadas.
"Pedimos que acabem com todas as medidas que limitam a liberdade de movimento de Mursi", declarou o ministro, citado em um comunicado.
Westerwelle também pediu que uma "instituição neutra e com credibilidade indiscutível" tenha "acesso imediato ao ex-presidente".
Durante a coletiva de imprensa semanal do governo alemão, o porta-voz do ministério, Martin Schafer, disse que a instituição pode ser o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Na quarta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, declarou que Mursi está "em um local seguro para sua própria segurança", que é "tratado e maneira digna" e que não há acusações contra ele até o momento.
Enquanto isso, prosseguem as negociações para formar um novo governo dirigido pelo primeiro-ministro Hazem Beblawi.