Morales não descarta se candidatar como deputado ou senador na Bolívia
O ex-presidente da Bolívia está exilado na Argentina e avalia "juridicamente" como voltar para o país
EFE
Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 21h17.
Buenos Aires — O ex-presidente da Bolívia Evo Morales afirmou nesta quinta-feira que estuda "juridicamente" voltar ao país natal e não descartou a possibilidade de se candidatar como deputado ou senador nas eleições de 3 de maio, para as quais tem uma proposta de seu partido e sobre a qual está "conversando".
"Estamos avaliando juridicamente se eu vou ou não voltar", disse em entrevista à rádio "El Destape", na qual afirmou que o Movimento ao Socialismo (MAS), partido para o qual ele gerencia a campanha da Argentina, "pediu" que ele concorresse ao Congresso para o departamento de Cochabamba.
"Eles estão conversando, e muito dependerá do departamento onde eu vivi, que é Cochabamba", comentou.
A diretoria regional do MAS em Cochabamba esclareceu em comunicado que "a definição de todos os candidatos é parte de um processo de debate que ainda está em andamento", e que ainda espera "que o irmão Evo aceite (a proposta)".
Evo Morales assinou uma procuração na Argentina, onde está desde dezembro do ano passado, para que seu advogado Wilfredo Chávez e Patricia Hermosa, que era sua chefe de gabinete na presidência, possam realizar os procedimentos na Bolívia se ele puder se candidatar.
O período de candidatura está aberto até 3 de fevereiro, embora haja dúvidas no país sobre se Morales cumpriria o requisito estabelecido pela Constituição boliviana de "ter residido permanentemente por pelo menos dois anos imediatamente antes da eleição no círculo eleitoral correspondente".
O ex-presidente, juntamente com a equipe jurídica, que inclui o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, considera agora a possibilidade de retornar ao país, pois considera "nulo e sem efeito" o mandado de prisão por suposta sedição e terrorismo do qual é alvo, pois foi emitido antes de 21 de janeiro, data em que o Parlamento boliviano aceitou sua renúncia como presidente.
"Até 21 de janeiro, não há julgamentos comuns, muito menos um mandado de prisão, portanto todos os julgamentos que começaram são nulos", concluiu.