Ministro peruano renuncia após votação para saída de Kuczynski
Carlos Basombrío informou através de sua conta no Twitter que Kuczynski aceitou sua renúncia e que esta será efetivada depois de festas de fim de ano
EFE
Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 13h43.
Lima - O ministro do Interior do Peru , Carlos Basombrío, renunciou nesta sexta-feira ao cargo, um dia depois da frustrada tentativa de destituição do presidente Pedro Pablo Kuczynski por supostos vínculos com a Odebrecht.
Basombrío informou através de sua conta no Twitter que Kuczynski aceitou sua renúncia e que esta será efetivada depois de festas (de Natal e Ano Novo) "para haver uma transição ordenada".
O titular do Interior tinha apresentado sua carta de renúncia na semana passada, após a divulgação do pedido de destituição de Kuczynski no Congresso, mas o presidente não a tinha aceitado então e disse que tentaria convencê-lo a ficar no gabinete.
"Não vou responder a especulações, sejam elas falsas ou corretas, sobre o motivo da minha renúncia e sobre o ocorrido nos últimos dias", escreveu Basombrío.
O ainda ministro acrescentou que deseja o melhor para o país e que "nossos problemas sejam enfrentados no marco da lei e com pleno respeito às instituições".
Kuczynski se apresentou ontem perante o plenário do Congresso para defender-se da moção que pedia sua destituição por "incapacidade moral permanente", mas ao final do dia a solicitação não obteve o mínimo de votos necessários para sua aprovação.
Um setor do partido Força Popular, da líder opositora Keiko Fujimori, votou pela abstenção, encabeçados pelo filho mais novo do ex-governante Alberto Fujimori, Kenji Fujimori, o que foi interpretado por analistas como o resultado de um oferecimento de indulto para o ex-presidente preso.
O chefe de Estado foi questionado pelo Congresso por conta do contrato de assessoria financeira que sua empresa Westfield Capital assinou com a Odebrecht entre 2004 e 2007, quando era ministro no governo de Alejandro Toledo (2001-2006).
Kuczynski afirmou que desconhecia esse contrato porque nesses anos sua empresa estava administrada pelo seu ex-sócio Gerardo Sepúlveda, mas ganhou dividendos por esses serviços.
O governante negou ter feito algo ilegal e inclusive se ofereceu para responder a todas as investigações que se façam sobre esse caso.