Ministro da Defesa da Venezuela diz que militares não aceitarão Guaidó
Opositor se autodeclarou presidente interino do país em dia de protestos contra Maduro
EFE
Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 21h22.
Última atualização em 24 de janeiro de 2019 às 15h20.
Caracas - O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, disse nesta quarta-feira que os militares do país não aceitarão "um presidente imposto à sombra de interesses obscuros", referindo-se ao fato de Juan Guaidó , chefe do Parlamento formado basicamente por opositores ao governo de Nicolás Maduro, ter se proclamado presidente interino.
"O desespero e a intolerância atentam contra a paz da nação. Os soldados da pátria não aceitamos um presidente imposto à sombra de interesses obscuros, nem autoproclamado à margem da lei", afirmou Padrino no Twitter, além de ressaltar que as Forças Armadas serão "fiadoras da soberania nacional".
A declaração do ministro, em apoio ao presidente Nicolás Maduro, se soma ao posicionamento apresentado pelo Estado Maior conjunto das Forças Armadas, que reconheceram o mandatário como seu comandante em chefe há quase duas semanas.
Além disso, ela foi feita no mesmo dia em que Juan Guaidó, que preside a Assembleia Nacional, parlamento formado basicamente por opositores do governo de Nicolás Maduro, se proclamou presidente do país, acusando o mandatário de "usurpação" do cargo.
O líder chavista venceu por ampla margem as eleições presidenciais realizadas em maio do ano passado e das quais não participou a maioria da oposição, que as classificaram como fraudulentas.
Por esta razão, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia (UE), assim como vários países, declararam que não reconhecem a legitimidade do segundo mandato de Maduro.