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Ministério Público descobre rede de corrupção em eleições colombianas

Mais de 2 mil pessoas formavam rede que operou em vários municípios e que teria beneficiado pelo menos dois senadores escolhidos nas eleições de 11 de março

Eleições na Colômbia: "quadrilha" foi financiada com dinheiro público e privado (Luisa Gonzalez/Reuters)
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EFE

Publicado em 21 de junho de 2018 às 20h45.

Bogotá - Mais de 2 mil pessoas, entre elas funcionários públicos, formavam uma rede de corrupção que operou em vários municípios da Colômbia e que teria beneficiado pelo menos dois senadores escolhidos nas eleições de 11 de março, revelou o Ministério Público (MP).

De acordo com o procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, que fez uma coletiva em Bogotá sobre os resultados da operação "Casa Blanca", os beneficiados desta rede são o senador eleito Fabián Castillo, do partido Cambio Radical, e a representante da Câmara Margarita Restrepo, do partido Centro Democrático.

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Conforme a investigação, Margarita teria oferecido aos eleitores viagens para San Andrés, celulares e aparelhos de TV para quem se comprometesse a votar nela. O procurador detalhou que conseguiu confirmar que 55 pessoas viajaram para ilha paradisíaca colombiana, mas outras não receberam o combinado e denunciaram a campanha por "fraude" ao MP.

A rede tentava favorecer candidaturas ao Congresso, mas não conseguiu beneficiar Lilibeth Llinás, do Cambio Radical, que também foi acusada de alguns crimes.

Os resultados das investigações, que não dão detalhes sobre as irregularidades que Castillo teria incorrido, fazem parte do famoso caso da congressista Aída Merlano, do Partido Conservador, detida depois das eleições por compra de votos e que está presa desde abril.

A Promotoria enviou cópias das investigações à Suprema Corte de Justiça para que investigue Castillo e Margarita.

Entre os dirigentes políticos vinculados à rede estão os deputados do departamento de Atlântico Jorge Rangel e Margarita Balén, da mesma forma que os vereadores do distrito de Barranquilla (capital de Atlântico) Juan Carlos Zamora e Aissar Castro Bravo.

A "quadrilha" foi financiada com dinheiro público e privado, de acordo com Martínez. Entre os financiadores privados estava o empresário Julio Gerlein Echeverría e o irmão dele Mauricio Gerlein Echeverría. Os dois serão chamados para prestar depoimento.

Segundo Martínez, na segunda fase da operação serão analisadas 2.112 horas de vídeo nas quais foram descobertas que a organização também operou nas eleições de 2015.

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