Milhares de sobreviventes esperam água e comida
Cinco dias depois da passagem de um dos tufões mais potentes da história do país, a ONU teme pela situação nas áreas mais afetadas
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 14h50.
Filipinas - Milhares de sobreviventes do tufão Haiyan nas Filipinas, que teria provocado mais de 10.000 mortes , aguardavam nesta terça-feira água e comida com urgência, no mesmo dia em que seguiram para a região da catástrofe barcos de ajuda americanos e britânicos.
Cinco dias depois da passagem de um dos tufões mais potentes da história do país, com ventos de 300 km por hora e ondas de até cinco metros parecidas com as de um tsunami, a ONU teme pela situação nas áreas mais afetadas, principalmente as ilhas de Leyte e Samar, e pediu nesta terça-feira 301 milhões de dólares para ajudar as vítimas.
"Acabamos de lançar um plano de ação que se concentra na comida, saúde, saneamento, refúgios, na retirada de escombros e na proteção dos mais vulneráveis. Este plano requer 301 milhões de dólares", disse Valerie Amos, diretora das operações humanitárias da ONU em Manila.
"Tememos o pior. À medida que conseguimos chegar a algumas áreas encontramos mais cadáveres", disse John Ging, diretor de operações do Escritório da Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.
As Nações Unidas afirmaram que o tufão pode ter provocado 10.000 mortes apenas na cidade de Tacloban, capital da província de Leyte, uma das mais devastadas. O último balanço oficial publicado na terça-feira registra 1.774 mortos em toda a região.
Mais de 10 milhões de pessoas, 10% da população do país, foram afetadas pelo tufão e pelo menos 660.000 filipinos perderam as casas.
As autoridades não conseguem enfrentar a magnitude do trabalho para dar abrigo e fornecer água, comida e medicamentos aos sobreviventes. Muitos tentam fugir da região.
"Onde está a comida?"
"Aqui não há nada para nós. Não temos casa, dinheiro, documentos", conta, desesperada, Carol Mampas, de 48 anos, com o filho de três anos com febre no colo.
"Por favor, digam às autoridades que nos ajudem. Onde está a comida? Onde está a água? Onde estão os soldados para retirar os corpos?", questiona a mulher, que passou a noite ao lado de milhares de sobreviventes no pequeno aeroporto de Tacoblan com a esperança de embarcar em um voo.
As ruas da cidade permanecem repletas de cadáveres em decomposição e muitas pessoas armadas saqueiam os edifícios que ainda permanecem de pé.
Para lutar contra os saques, as autoridades anunciaram nesta terça-feira um toque de recolher e o envio de veículos militares.
"A presença de policiais e militares, assim como das forças do governo, vai, com certeza, melhorar as coisas, mas não vai ser durante toda a noite", disse o ministro do Interior, Mas Roxas, confirmando a informação de que o governo Tacloban decretou um toque de recolher entre 22H00 e 6H00.
A chuva que caiu sobre a cidade na madrugada de terça-feira piorou ainda mais a situação dos sobreviventes. Uma nova tempestade ameaça outras ilhas do sul das Filipinas, onde o tufão provocou centenas de mortes.
"Nos próximos dias, podem ter certeza, a ajuda chegará cada vez mais rápido", prometeu o presidente filipino Benigno Aquino, que na segunda-feira declarou estado de catástrofe nacional.
O porta-aviões 'George Washington' e vários navios da Marinha americana deixaram o porto de Hong Kong nesta terça-feira com 7.000 marines em direção à região da catástrofe. A Grã-Bretanha também anunciou o envio de um avião de transporte e de um navio militar, mas muitos barcos devem demorar dias para chegar ao país.
O fantasma da mudança climática
Muitos países, agências internacionais e ONGs também prometeram ajuda material e financeira. Um avião do Unicef deve chegar nesta terça-feira ao país com 60 toneladas de ajuda, incluindo barracas, medicamentos e sistemas de purificação da água.
A cada ano quase 20 tufões ou tempestades tropicais passam pelas Filipinas, mas cientistas afirmam que a violência excepcional do Haiyan pode estar relacionada com o aquecimento global.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também fez um apelo para arrecadar 24 milhões de dólares para ajudar a agricultura e a pesca, dois setores devastados pelo tufão.
Filipinas - Milhares de sobreviventes do tufão Haiyan nas Filipinas, que teria provocado mais de 10.000 mortes , aguardavam nesta terça-feira água e comida com urgência, no mesmo dia em que seguiram para a região da catástrofe barcos de ajuda americanos e britânicos.
Cinco dias depois da passagem de um dos tufões mais potentes da história do país, com ventos de 300 km por hora e ondas de até cinco metros parecidas com as de um tsunami, a ONU teme pela situação nas áreas mais afetadas, principalmente as ilhas de Leyte e Samar, e pediu nesta terça-feira 301 milhões de dólares para ajudar as vítimas.
"Acabamos de lançar um plano de ação que se concentra na comida, saúde, saneamento, refúgios, na retirada de escombros e na proteção dos mais vulneráveis. Este plano requer 301 milhões de dólares", disse Valerie Amos, diretora das operações humanitárias da ONU em Manila.
"Tememos o pior. À medida que conseguimos chegar a algumas áreas encontramos mais cadáveres", disse John Ging, diretor de operações do Escritório da Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.
As Nações Unidas afirmaram que o tufão pode ter provocado 10.000 mortes apenas na cidade de Tacloban, capital da província de Leyte, uma das mais devastadas. O último balanço oficial publicado na terça-feira registra 1.774 mortos em toda a região.
Mais de 10 milhões de pessoas, 10% da população do país, foram afetadas pelo tufão e pelo menos 660.000 filipinos perderam as casas.
As autoridades não conseguem enfrentar a magnitude do trabalho para dar abrigo e fornecer água, comida e medicamentos aos sobreviventes. Muitos tentam fugir da região.
"Onde está a comida?"
"Aqui não há nada para nós. Não temos casa, dinheiro, documentos", conta, desesperada, Carol Mampas, de 48 anos, com o filho de três anos com febre no colo.
"Por favor, digam às autoridades que nos ajudem. Onde está a comida? Onde está a água? Onde estão os soldados para retirar os corpos?", questiona a mulher, que passou a noite ao lado de milhares de sobreviventes no pequeno aeroporto de Tacoblan com a esperança de embarcar em um voo.
As ruas da cidade permanecem repletas de cadáveres em decomposição e muitas pessoas armadas saqueiam os edifícios que ainda permanecem de pé.
Para lutar contra os saques, as autoridades anunciaram nesta terça-feira um toque de recolher e o envio de veículos militares.
"A presença de policiais e militares, assim como das forças do governo, vai, com certeza, melhorar as coisas, mas não vai ser durante toda a noite", disse o ministro do Interior, Mas Roxas, confirmando a informação de que o governo Tacloban decretou um toque de recolher entre 22H00 e 6H00.
A chuva que caiu sobre a cidade na madrugada de terça-feira piorou ainda mais a situação dos sobreviventes. Uma nova tempestade ameaça outras ilhas do sul das Filipinas, onde o tufão provocou centenas de mortes.
"Nos próximos dias, podem ter certeza, a ajuda chegará cada vez mais rápido", prometeu o presidente filipino Benigno Aquino, que na segunda-feira declarou estado de catástrofe nacional.
O porta-aviões 'George Washington' e vários navios da Marinha americana deixaram o porto de Hong Kong nesta terça-feira com 7.000 marines em direção à região da catástrofe. A Grã-Bretanha também anunciou o envio de um avião de transporte e de um navio militar, mas muitos barcos devem demorar dias para chegar ao país.
O fantasma da mudança climática
Muitos países, agências internacionais e ONGs também prometeram ajuda material e financeira. Um avião do Unicef deve chegar nesta terça-feira ao país com 60 toneladas de ajuda, incluindo barracas, medicamentos e sistemas de purificação da água.
A cada ano quase 20 tufões ou tempestades tropicais passam pelas Filipinas, mas cientistas afirmam que a violência excepcional do Haiyan pode estar relacionada com o aquecimento global.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também fez um apelo para arrecadar 24 milhões de dólares para ajudar a agricultura e a pesca, dois setores devastados pelo tufão.