Milhares de afegãos protestam por linha de transmissão
Cabul afirma que o plano atual garante que as duas províncias, Bamyan e Wardak, terão amplo acesso à eletricidade
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2016 às 12h10.
Cabul - Milhares de afegãos da minoria hazara protestaram em Cabul nesta segunda-feira, acusando o governo do presidente do Afeganistão , Ashraf Ghani, de excluí-los de um projeto multimilionário de construção de uma linha de transmissão de energia .
Os manifestantes exigiam que a rota planejada para a linha de transmissão de 500 quilovolts ligando o Turcomenistão à capital Cabul seja alterada para atravessar duas províncias com grandes populações hazara, uma opção que, segundo o governo, iria custar milhões de dólares e atrasar em anos o projeto, que é de extrema necessidade.
Cabul afirma que o plano atual garante que as duas províncias, Bamyan e Wardak, terão amplo acesso à eletricidade, ainda que a principal linha de transmissão não as atravesse diretamente.
A linha, concebida para levar energia a 10 províncias, é parte de um projeto mais abrangente chamado Tutap, que tem subsídio do Banco Asiático de Desenvolvimento e que conecta Turcomenistão, Uzbequistão e Tadjiquistão, repúblicas centro-asiáticas ricas em energia, ao Afeganistão e ao Paquistão.
Apesar dos temores de violência, a manifestação foi essencialmente pacífica, com alguns poucos relatos isolados de problemas, e Ghani agradeceu aos manifestantes. Uma comissão criada para analisar o plano irá dar seu parecer dentro de 10 dias.
Mas o protesto enfatizou a tensão política que o governo enfrenta no mesmo momento em que combate uma insurgência liderada pelo Taliban e tenta ressuscitar a combalida economia afegã.
A manifestação ocorreu na esteira de uma passeata de novembro contra o assassinato de militantes de um grupo hazara que se tornou a maior congregação anti-governo em Cabul em anos.
As autoridades, temendo uma renovação dos episódios de violência do ano passado, quando manifestantes tentaram escalar os muros do palácio presidencial, bloquearam ruas de acesso à principal área governamental com contêineres de carga empilhados.
Os hazaras, que são majoritariamente muçulmanos xiitas, vêm sendo perseguidos há muito tempo, mas são bem organizados politicamente, e milhares deles se reuniram em uma praça longe do centro da cidade entoando "a Tutap é nosso direito", mas se dispersaram pacificamente.
Só cerca de 30 por cento do Afeganistão está ligado à rede elétrica, e a modernização do sistema energético, que sofre blecautes frequentes, é uma das maiores prioridades do país.
Pelos planos atuais, que devem ser implementados até 2018, a linha irá partir de uma estação de conversão na cidade de Pul-e-Khumri, no norte afegão, e atravessar a passagem das montanhas Salang até Cabul.
Os manifestantes querem a instalação de uma versão anterior do plano que passaria pelas províncias de Bamyan e Wardak.
Cabul - Milhares de afegãos da minoria hazara protestaram em Cabul nesta segunda-feira, acusando o governo do presidente do Afeganistão , Ashraf Ghani, de excluí-los de um projeto multimilionário de construção de uma linha de transmissão de energia .
Os manifestantes exigiam que a rota planejada para a linha de transmissão de 500 quilovolts ligando o Turcomenistão à capital Cabul seja alterada para atravessar duas províncias com grandes populações hazara, uma opção que, segundo o governo, iria custar milhões de dólares e atrasar em anos o projeto, que é de extrema necessidade.
Cabul afirma que o plano atual garante que as duas províncias, Bamyan e Wardak, terão amplo acesso à eletricidade, ainda que a principal linha de transmissão não as atravesse diretamente.
A linha, concebida para levar energia a 10 províncias, é parte de um projeto mais abrangente chamado Tutap, que tem subsídio do Banco Asiático de Desenvolvimento e que conecta Turcomenistão, Uzbequistão e Tadjiquistão, repúblicas centro-asiáticas ricas em energia, ao Afeganistão e ao Paquistão.
Apesar dos temores de violência, a manifestação foi essencialmente pacífica, com alguns poucos relatos isolados de problemas, e Ghani agradeceu aos manifestantes. Uma comissão criada para analisar o plano irá dar seu parecer dentro de 10 dias.
Mas o protesto enfatizou a tensão política que o governo enfrenta no mesmo momento em que combate uma insurgência liderada pelo Taliban e tenta ressuscitar a combalida economia afegã.
A manifestação ocorreu na esteira de uma passeata de novembro contra o assassinato de militantes de um grupo hazara que se tornou a maior congregação anti-governo em Cabul em anos.
As autoridades, temendo uma renovação dos episódios de violência do ano passado, quando manifestantes tentaram escalar os muros do palácio presidencial, bloquearam ruas de acesso à principal área governamental com contêineres de carga empilhados.
Os hazaras, que são majoritariamente muçulmanos xiitas, vêm sendo perseguidos há muito tempo, mas são bem organizados politicamente, e milhares deles se reuniram em uma praça longe do centro da cidade entoando "a Tutap é nosso direito", mas se dispersaram pacificamente.
Só cerca de 30 por cento do Afeganistão está ligado à rede elétrica, e a modernização do sistema energético, que sofre blecautes frequentes, é uma das maiores prioridades do país.
Pelos planos atuais, que devem ser implementados até 2018, a linha irá partir de uma estação de conversão na cidade de Pul-e-Khumri, no norte afegão, e atravessar a passagem das montanhas Salang até Cabul.
Os manifestantes querem a instalação de uma versão anterior do plano que passaria pelas províncias de Bamyan e Wardak.