México exige que Trump blinde fronteira para deter tráfico de armas
México vive onda de violência ligada ao crime organizado, que, segundo secretário, tem como "principal fonte de fornecimento" dinheiro e armas dos EUA
AFP
Publicado em 31 de julho de 2018 às 18h05.
Última atualização em 31 de julho de 2018 às 18h07.
O governo do México exigiu nesta terça-feira (31) do presidente americano, Donald Trump, a blindagem de sua fronteira sul para deter a passagem ilegal de armas, em resposta a uma mensagem do republicano em que critica os mexicanos por ter registrado um recorde de assassinados em 2017.
"Se blindarem a fronteira (sul) dos Estados Unidos , impedindo a entrada ilegal de armas para o México e de dinheiro para o México de atividades ilícitas, se veria a queda dramática dos homicídios dolosos quase imediatamente", disse em coletiva de imprensa o secretário de Governo (Interior), Alfonso Navarrete.
Em uma mensagem no Twitter na manhã desta terça-feira, Trump disse que uma das razões pelas quais os Estados Unidos precisam de uma fronteira mais segura é porque México bateu em 2017 um número recorde de homicídios.
Segundo dados do governo mexicano, em 2017 foram registrados 28.711 assassinatos dolosos no México, o maior número desde que os registraram começaram em 1997. Em 2018, foram registrados 15.973 no primeiro semestre.
O México vive uma onda de violência ligada ao crime organizado, que, segundo Navarrete, tem como "principal fonte de fornecimento" o dinheiro e as armas que chegam dos Estados Unidos.
Navarrete esteve há alguns dias em Washington para conversar com a secretária de segurança nacional, Kirstjen M. Nielsen.
Desde a sua campanha presidencial, Trump defende a construção de um muro nos mais de 3.000 quilômetros de fronteira, que quer que seja pago pelo México, para deter a passagem de migrantes em situação irregular e de drogas.
Trump mantém uma forte pressão sobre os democratas para que aprovem seu projeto de segurança fronteiriça. Caso contrário, ele ameaça paralisar o governo.
As relações entre Estados Unidos e México se deterioraram até chegar a seu nível mais baixo na história contemporânea pelo discurso antimexicano do republicano, que acusa seus vizinhos do sul de criminosos.