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Mesmo sem comprovar resultado negativo de covid, Trump aparece em público

Para a próxima segunda-feira, Trump planeja um comício de campanha no centro da Flórida, mesmo sem comprovação médica de estado de saúde

Donald Trump: presidente fez primeira aparição desde diagnóstico de covid-19 (Alex Brandon-Pool/Getty Images)

Donald Trump: presidente fez primeira aparição desde diagnóstico de covid-19 (Alex Brandon-Pool/Getty Images)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 10 de outubro de 2020 às 15h31.

Dez dias após o diagnóstico do novo coronavírus, o presidente Donald Trump realizou um evento neste sábado, 10, na Casa Branca apesar de recomendações para que isso não acontecesse. O presidente falou com apoiadores em sua primeira aparição pública desde seu teste ter dado positivo e não afirmou que a carga viral em seu corpo já foi negativada. O evento foi chamado de "um protesto pacífico pela lei e pela ordem" e é o primeiro indício de um retorno de Trump a sua campanha de reeleição.

Para a próxima segunda-feira, Trump planeja um comício de campanha no centro da Flórida, um Estado que ele precisa conquistar para ter esperanças de um segundo mandato.

Ainda restam dúvidas sobre se Trump, que anunciou em 2 de outubro que tinha o vírus e passou três noites em um hospital militar, está ainda em fase de contágio.

Em uma aparição na Fox News na noite de sexta-feira, Trump disse que foi testado novamente para o vírus, mas não revelou o resultado. Ele também disse que parou de tomar medicamentos para combater a Covid-19. "Eu me sinto muito forte", declarou Trump.

Trump e seu governo enfrentam críticas pelo modo como lidam com a pandemia, incluindo uma abordagem negligente do uso de máscaras e do distanciamento social na Casa Branca e - nos últimos dias – com mensagens confusas sobre a saúde do presidente.

O histórico

Trump ficou afastado por mais de uma semana desde o diagnóstico de Covid-19 durante um momento crítico na campanha para a eleição de 3 de novembro. As pesquisas de opinião mostram que o democrata Joe Biden está à frente de Trump por uma margem significativa nacionalmente, mas de forma mais estreita em alguns dos Estados que podem determinar o resultado.

Pressão do CDC

Na manhã deste sábado a liderança do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano estava sob pressão para cancelar o evento com base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e também de autoridades médicas.

Mais críticas

O presidente americano também tem sido criticado por usar a Casa Branca para sediar eventos políticos, como aconteceu em agosto, quando ele decidiu fazer seu discurso para Convenção Nacional do Partido Republicano nos jardins da residência oficial.

Há duas semanas, o Jardim das Rosas da Casa Branca também foi usado para comemorar a indicação da juíza Amy Coney à Suprema Corte americana. A celebração pode ter sido a fonte do surto de coronavírus que infectou Trump, a primeira-dama Melanie e várias outras pessoas que estiveram presentes.

Biden na Pensilvânia

Biden criticou duramente a decisão de Trump de retomar a campanha. "Boa sorte. Eu não apareceria a menos que você tivesse uma máscara e pudesse se distanciar", disse ele a repórteres em Paradise, no Estado de Nevada.

Uma fonte familiarizada com o planejamento do evento na Casa Branca afirmou que todos os participantes deverão usar máscaras. Na Flórida, as pessoas passarão por verificação de temperatura, serão incentivadas a usar máscara e terão acesso a desinfetante para as mãos, disse a campanha.

Biden viajará no sábado para a cidade de Erie, no noroeste da Pensilvânia, um Estado que Trump ganhou por pequena margem na disputa com a democrata Hillary Clinton nas eleições de 2016.

O ex-presidente democrata Barack Obama venceu na região nas duas eleições anteriores e Biden, que era o vice-presidente de Obama, fez do local uma prioridade máxima.

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