ANGELA MERKEL: chanceler alemã perde força nas pesquisas, apesar de bom resultado na economia / Axel Schmidt/Reuters
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 18h36.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h41.
A economia alemã deve superar as expectativas dos analistas para 2016. Nesta terça-feira, o país divulga o resultado do PIB do quarto trimestre e o consolidado do ano, e deve apresentar crescimento de 0,5% e 1,9%, respectivamente. O índice mostra aceleração em relação a 2015, quando o país cresceu 1,5%, e supera levemente as previsões do mercado de um avanço de 1,8%. É o maior crescimento desde 2011, mas o terreno é movediço para a chanceler Angela Merkel.
Sua reeleição para um quarto mandato já não é tão garantida. No último fim de semana, uma pesquisa mostrou avanço do candidato de esquerda Martin Schulz, do Partido Social-Democrata (SPD). Ele aparece com 32% das intenções de voto, apenas um ponto atrás de Merkel, com 33%. Schulz, que cresceu numa pequena vila e não completou o ensino médio, se posiciona como um candidato mais popular. E é bem visto: sua imagem pessoal é aprovada por 50% dos alemães, ante 34% que simpatizam com Merkel.
Outro sinal de avanço da esquerda foi a eleição de Frank-Walt Steinmeier, também do SPD, para a presidência – que é mais simbólica do que executiva. Ele venceu, no último domingo, com ampla margem, reunindo 75% dos 1.260 votos de parlamentares e representantes da sociedade civil. O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que se beneficia das ondas nacionalistas, não cresceu. Aparece com 10% das intenções de voto, mesmo patamar de janeiro.
A aparição de um candidato forte, que consegue atrair eleitores tradicionais de Merkel, fez a revista alemã Der Spiegel questionar em sua capa: “Ela vai cair?”. O consumo cresceu, o investimento também, e 73% da população acha Merkel faz um bom governo – mas nada disso parece garantir sua vitória nas urnas em setembro. Depois de mais de 10 anos como chefe de governo, sua autoridade começa a ser abalada. E as medidas polêmicas que ela se nega a rever, como a abertura aos refugiados, vão deixando a chanceler cada vez mais isolada em sua própria soberania.