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Mediador não espera progressos rápidos em negociações sírias

De Mistura também alertou que serão várias as tentativas de fazer as negociações descarrilarem

De Mistura: "Não espero nenhum progresso imediato, mas que seja o início de uma série de rodadas nas quais possamos avançar nos temas substanciais" (Fabrice Coffrini/AFP)
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EFE

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 17h00.

Genebra - O enviado especial da ONU para a Síria , Staffan de Mistura, reconheceu nesta quarta-feira que não acredita que as negociações de paz, que começam amanhã em Genebra, levarão a progressos instantâneos, mas que serão o início de uma série de rodadas de conversas para que a paz retorne ao país.

"Não espero nenhum progresso imediato, mas que seja o início de uma série de rodadas nas quais possamos avançar nos temas substanciais", declarou ele em entrevista coletiva.

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De Mistura também alertou que serão várias as tentativas de fazer as negociações descarrilarem.

Por isso, o enviado especial advertiu sobre as possíveis provocações, acusações mútuas e gestos agressivos que podem fazer as partes deixar a mesa de diálogo.

"Reduzir qualquer tipo de provocação, por qualquer das partes, permitirá que essas conversas entre sírios não sejam afetadas pela ruptura que buscarão aqueles que tentam bloqueá-las", disse o diplomata na entrevista coletiva.

Dezenas de representantes da imprensa chegaram a Genebra com a expectativa de que essa nova rodada de negociações coloque fim, de uma vez por todas, a uma guerra que já dura seis anos, deixou 400 mil mortos e provocou o êxodo de 5 milhões de sírios.

De Mistura pediu aos jornalistas que "não se deixem surpreender com as declarações retóricas, agressivas ou humilhante porque elas são parte do que se pode esperar".

O enviado especial citou como caso mais recente da tentativa de boicotar os esforços diplomáticos o ataque de ontem contra um comboio que tentava levar ajuda humanitária à cidade de Al Waer, na província de Homs, no centro do país.

A Síria vive um cessar-fogo desde o fim de dezembro, conseguido com intermediação de Rússia e Irã, principais aliados do regime sírio, e da Turquia, que apoiou de maneira significativa a oposição nos últimos anos.

Para demonstrar o compromisso com essa nova rodada de negociações, a Rússia anunciou hoje em uma reunião com outros países envolvidos no conflito que pediu ao governo Sírio que interrompa qualquer operação militar nas regiões nas quais há a trégua.

A maior parte dos participantes das negociações já está em Genebra, mas alguns chegarão amanhã, quando De Mistura deve iniciar consultas diplomáticas com ambas as partes.

O que ainda não está definido é se as negociações serão diretas - com as delegações rivais reunidas em uma mesma sala, ou indiretas, como ocorreu nas três rodadas realizadas no ano passado.

Uma diferença significativa em relação aos outros diálogos é que metade da delegação opositora será composta por representantes de grupos armados, como antecipou a ONU.

No passado, o governo da Síria acusava a delegação opositora, composta em grande medida por pessoas no exílio, de assumir uma representatividade que não tinha, de desconhecer a realidade do país e de carecer de qualquer poder de decisão.

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