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Redução custa R$ 282 bi ao Brasil, diz Dilma

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, diz que a maior parte do investimento deve ser direcionada às usinas hidrelétricas

Ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quer investimentos em hidrelétricas (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Financiar as metas brasileiras de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) vai custar ao País US$ 166 bilhões (R$ 282,2 bilhões) nos próximos 10 anos, disse ontem a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A maior parte dos recursos será usada para construir usinas hidrelétricas, para, de acordo com ela, garantir a manutenção de fontes renováveis de eletricidade

Os números são uma conta preliminar. Não entraram na soma, por exemplo, os custos para evitar o desmatamento no Cerrado, que faz parte do cálculo para que o Brasil reduza em 39% a projeção de emissões para 2020. Dos recursos, entre US$ 110 bilhões e US$ 113 bilhões devem ir para a construção de hidrelétricas - a maior parte dessas obras está no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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Outros R$ 32 bilhões devem ser destinados à agricultura, com ações de plantio direto e recuperação de áreas degradadas. Conter o desmatamento na Amazônia precisará de US$ 21 bilhões. Hoje, tudo está na conta do governo federal. "Por isso precisamos de financiamento externo. Não é nenhum pecado", afirmou a ministra

Ontem, Dilma rejeitou nova proposta para formatação do fundo global de financiamento para mudanças climáticas que não foi apresentada oficialmente ao Brasil, mas é tratada nos bastidores da 15ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-15). Países desenvolvidos propõem que 25% do dinheiro do fundo venha de seus recursos, 55% de um mercado de carbono e o resto, "a ver" - traduzindo, dos emergentes.

"Se for 55% de recursos de mercado, não se faz adaptação. Adaptação é basicamente para países muito pobres. É para zonas desérticas na África, para as pequenas ilhas que podem desaparecer, nada que interesse ao mercado", disse

O fundo precisa de recursos públicos, na visão dela. O problema, admite, é que existem poucas propostas e a maioria se baseia no mercado de carbono, algo que não atende a maior parte dos países mais pobres. "Recursos precisam ser previsíveis e 55% de financiamento de mercado não é previsível. Não há como fazer investimentos de 10, 15 anos sem previsibilidade." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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