Mundo

Líder da Al Qaeda pede contenção em primeira sua "diretriz"

Ayman al-Zawahri pediu contenção nos ataques contra outras seitas muçulmanas e os não-muçulmanos

Líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, fala a partir de local desconhecido, nesta imagem capturada de vídeo publicado na Internet (Social Media Website via Reuters TV)

Líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, fala a partir de local desconhecido, nesta imagem capturada de vídeo publicado na Internet (Social Media Website via Reuters TV)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2013 às 17h01.

Londres - O líder da rede Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, emitiu sua primeira orientação para a jihad, pedindo contenção nos ataques contra outras seitas muçulmanas e os não-muçulmanos, como também na deflagração de conflitos em países que podem ser um lugar seguro para os militantes promoverem suas ideias.

O documento, divulgado pelo serviço de monitoramento Site, é uma rara oportunidade de examinar a estratégia da Al Qaeda 12 anos depois dos atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos e a natureza de suas ambições globais, do norte da África ao Cáucaso e Caxemira.

Embora o objetivo militar da Al Qaeda seja enfraquecer os EUA e Israel, Zawahri enfatizou a importância da "dawa", ou trabalho missionário, para a divulgação de suas ideias.

"No que se refere ao ataque aos representantes da América, ele difere de lugar para lugar. O princípio básico é evitar entrar em qualquer conflito com eles, exceto nos países onde confrontá-los se torna inevitável", disse ele.

Esses comentários são especialmente relevantes para o norte da África, onde muitos analistas acreditam que a Al Qaeda esteja usando o ambiente menos restritivo após o levante árabe iniciado em 2011, com frequência por meio de alianças, e assim evitando chamar a atenção para si, abstendo-se de ataques.

"...nossa luta é longa, e a jihad precisa de bases seguras", afirmou Zawahri em suas "orientações gerais para a jihad", postada em fóruns de militantes islâmicos.

Zawahri apontou os lutares onde o conflito é inevitável, incluindo Afeganistão, Iraque, Síria, Iêmen e Somália.


Quanto ao Paquistão, onde fontes de inteligência acreditam que Zawahri esteja escondido, ele disse que a luta no país objetiva criar um local seguro para os mujahedden, "o qual poderá então ser usado como base de lançamento para a luta para o estabelecimento de um sistema islâmico...".

A Al Qaeda tem uma forte rede de apoio dentro do Paquistão - seu fundador, Osama bin Laden, viveu lá até sua morte em maio de 2011. Também tem laços estreitos com o grupo Tehrik-e-Taliban Pakistan, com o qual o governo paquistanês diz que vai manter conversações de paz.

Zawahri citou a necessidade de enfraquecer a Argélia, país que esmagou os militantes islâmicos em uma guerra civil nos anos 1990, e espalhar a influência da jihad através do Magrebe e do oeste da África.

E num aparente aceno àqueles que dizem que o foco da Al Qaeda nos EUA enfraquece sua batalha contra governos em regiões de população muçulmana, ele endossou o direito de militantes de combater os russos no Cáucaso, os indianos na Caxemira e os chineses em Xinjiang.

Fundada em 1988, durante a ocupação soviética do Afeganistão, a Al Qaeda reagiu ao ataque ocidental contra suas bases depois dos atentados de 11 de Setembro por meio de uma rede de alianças e afiliados em países muçulmanos de várias partes do mundo.

Mas sua violência indiscriminada, incluindo atentados suicidas e ataques a muçulmanos xiitas, a tornou impopular entre boa parte dos muçulmanos.

Zawahri pediu a seus seguidores, na maioria do ramo salafista, que evitem ter outras seitas muçulmanas como alvo e disse que, se eles forem atacados, deveriam limitar sua resposta aos envolvidos na luta.

Acompanhe tudo sobre:Al QaedaIslamismoTerrorismoTerroristas

Mais de Mundo

Manifestantes invadem base militar de Israel após prisão de soldados acusados de abusar de palestino

Israel ataca Beirute, no Líbano, em retaliação a foguete nas Colinas de Golã

Quatro mortos nos protestos contra Maduro e novas manifestações na Venezuela

Edmundo Gonzáles lamenta mortes em protestos contra Maduro e pede ‘respeito pela vontade do povo’

Mais na Exame