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Líder curdo diz que é a hora de referendo para criar Estado

A questão do referendo dificulta um pouco mais as relações entre Bagdá e a região autônoma curda do norte do país, rica em petróleo

Curdos iraquianos: o Curdistão iraquiano é formado oficialmente por 3 províncias, mas as forças curdas controlam territórios em outras 4 províncias (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 11h24.

O principal líder da região autônoma do Curdistão no Iraque , Masud Barzani, afirmou nesta quarta-feira em um comunicado que "chegou a hora" de organizar um referendo sobre a criação de um Estado curdo, uma declaração que pode agravar as relações com Bagdá.

"Chegou a hora e as condições agora estão reunidas para que o povo tome uma decisão sobre seu futuro em um referendo", disse Barzani, que continua sendo presidente da região, embora seu mandato tenha terminado em agosto.

"Este referendo não levará necessariamente à criação imediata de um Estado, mas permitirá conhecer a vontade e a oposição do povo do Curdistão sobre seu futuro", acrescentou o líder curdo.

A questão do referendo, ao qual o governo federal iraquiano se opõe, e a de saber em quais zonas seria realizado dificulta um pouco mais as relações entre Bagdá e a região autônoma curda do norte do país, rica em petróleo.

O Curdistão iraquiano é formado oficialmente por três províncias, mas as forças curdas controlam atualmente territórios em outras quatro províncias, nas quais o governo federal tenta recuperar sua autoridade.

As forças curdas se instalaram nestes territórios disputados em 2014, quando as tropas federais fugiram do avanço do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

A província de Kirkuk, controlada em grande parte pelos curdos, pode ser um ponto de tensão com Bagdá por seus importantes recursos naturais, principalmente petróleo.

Desde o fracasso no ano passado de um plano para dividir as receitas do petróleo entre o Curdistão e o governo federal iraquiano, os curdos exportam o petróleo através da Turquia sem passar por Bagdá

No entanto, a região sofre com importantes dificuldades econômicas. Os salários de alguns funcionários do governo regional levam meses para serem pagos e greves foram convocadas para reclamá-los.

Barzani, que já havia lançado pedidos semelhantes no passado para criar um estado, não especificou quando a consulta popular seria realizada.

Os curdos iraquianos são um importante aliado dos Estados Unidos na guerra contra o Estado Islâmico e dispõe das forças mais eficazes contra os jihadistas.

Para criar um Estado curdo seria necessário a aprovação da Turquia, porque é um parceiro não só nas exportações de petróleo, mas também em investimentos.

Barzani tem boas relações com o governo turco, mas Ancara está em pleno conflito com os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), razão pela qual ele teme que a criação de um Estado curdo ao sul da fronteira poderia levantar reivindicações semelhantes em seu próprio território.

Na Síria, a participação dos curdos na linha de frente na luta contra os jihadistas do EI é um dos pontos de discórdia nas negociações que acontecem em Genebra.

A Turquia opõe-se firmemente à sua participação nas negociações, porque considera que as YPG (Unidades de Proteção do Povo curdo, uma milícia curda que controla partes do norte da Síria) fazem parte do PKK.

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O principal líder da região autônoma do Curdistão no Iraque , Masud Barzani, afirmou nesta quarta-feira em um comunicado que "chegou a hora" de organizar um referendo sobre a criação de um Estado curdo, uma declaração que pode agravar as relações com Bagdá.

"Chegou a hora e as condições agora estão reunidas para que o povo tome uma decisão sobre seu futuro em um referendo", disse Barzani, que continua sendo presidente da região, embora seu mandato tenha terminado em agosto.

"Este referendo não levará necessariamente à criação imediata de um Estado, mas permitirá conhecer a vontade e a oposição do povo do Curdistão sobre seu futuro", acrescentou o líder curdo.

A questão do referendo, ao qual o governo federal iraquiano se opõe, e a de saber em quais zonas seria realizado dificulta um pouco mais as relações entre Bagdá e a região autônoma curda do norte do país, rica em petróleo.

O Curdistão iraquiano é formado oficialmente por três províncias, mas as forças curdas controlam atualmente territórios em outras quatro províncias, nas quais o governo federal tenta recuperar sua autoridade.

As forças curdas se instalaram nestes territórios disputados em 2014, quando as tropas federais fugiram do avanço do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

A província de Kirkuk, controlada em grande parte pelos curdos, pode ser um ponto de tensão com Bagdá por seus importantes recursos naturais, principalmente petróleo.

Desde o fracasso no ano passado de um plano para dividir as receitas do petróleo entre o Curdistão e o governo federal iraquiano, os curdos exportam o petróleo através da Turquia sem passar por Bagdá

No entanto, a região sofre com importantes dificuldades econômicas. Os salários de alguns funcionários do governo regional levam meses para serem pagos e greves foram convocadas para reclamá-los.

Barzani, que já havia lançado pedidos semelhantes no passado para criar um estado, não especificou quando a consulta popular seria realizada.

Os curdos iraquianos são um importante aliado dos Estados Unidos na guerra contra o Estado Islâmico e dispõe das forças mais eficazes contra os jihadistas.

Para criar um Estado curdo seria necessário a aprovação da Turquia, porque é um parceiro não só nas exportações de petróleo, mas também em investimentos.

Barzani tem boas relações com o governo turco, mas Ancara está em pleno conflito com os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), razão pela qual ele teme que a criação de um Estado curdo ao sul da fronteira poderia levantar reivindicações semelhantes em seu próprio território.

Na Síria, a participação dos curdos na linha de frente na luta contra os jihadistas do EI é um dos pontos de discórdia nas negociações que acontecem em Genebra.

A Turquia opõe-se firmemente à sua participação nas negociações, porque considera que as YPG (Unidades de Proteção do Povo curdo, uma milícia curda que controla partes do norte da Síria) fazem parte do PKK.

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