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Li Keqiang assume governo e conclui transição geracional

A China passa a ser comandada por um novo gabinete que deve permanecer no poder nos próximos 10 anos


	O novo primeiro-ministro da China, Li Keqiang: ele terá a missão de reorientar a economia chinesa para um modelo mais voltado ao consumo interno do que para a exportação
 (Wang Zhao/AFP)

O novo primeiro-ministro da China, Li Keqiang: ele terá a missão de reorientar a economia chinesa para um modelo mais voltado ao consumo interno do que para a exportação (Wang Zhao/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2013 às 09h18.

Pequim - O vice-primeiro-ministro Li Keqiang, número dois do Partido Comunista Chinês (PCC), foi designado nesta sexta-feira, como era previsto, chefe de Governo da segunda potência econômica mundial, que passa a ser comandada por um novo gabinete que deve permanecer no poder nos próximos 10 anos.

O Parlamento concluiu desta forma uma transição programada há vários anos, depois de ter designado na quinta-feira como presidente da República Popular o secretário-geral do PCC, Xi Jinping.

Li, 57 anos, um homem com fama de ser profundo conhecedor dos meandros da economia, recebeu 99,69% dos votos dos 3.000 delegados da Assembleia Nacional Popular (ANP). Apenas três pessoas votaram contra seu nome e seis optaram pela abstenção.

Na quinta-feira, Xi Jinping recebeu 99,86% dos votos dos delegados - apenas um deles votou contra seu nome.

"Anuncio que o camarada Li Keqiang foi escolhido como primeiro-ministro da República Popular da China", declarou a vice-presidente da ANP, Yan Junqi, diante dos 3 mil delegados reunidos no Palácio do Povo, em Pequim.

Em tese, o Parlamento chinês dispõe de grandes prerrogativas. Mas na prática todas as grandes decisões são tomadas por um círculo restrito de altos dirigentes do PCC e, em primeiro lugar, pelos sete membros do Comitê Permanente do bureau político.

Uma vez anunciado o resultado, Li Keqiang levantou de sua cadeira, se inclinou ante os delegados, apertou a mão de Xi Jinping e depois de seu antecessor Wen Jiabao, sob os aplausos no imenso auditório com o teto decorado com a estrela vermelha.

Ele substitui Wen Jiabao, que conduziu durante 10 anos, sobe a presidência de Hu Jintao, a espetacular expansão da economia chinesa, com um crescimento anual médio de 10%, mas que no ano passado registrou desaceleração e ficou abaixo de 8%.


Li Keqiang, um tecnocrata de sorriso fácil, que fala inglês de maneira fluente, terá a missão de reorientar a economia chinesa para um modelo mais voltado ao consumo residencial do que para a exportação e os grandes projetos de infraestrutura dos últimos anos.

Depois de sua nomeação como número dois do PCC, no XVIII Congresso do partido em outubro passado, Li prometeu atuar para reduzir a crescente diferença entre ricos e pobres em um país em processo de urbanização acelerada, além de combinar desenvolvimento e proteção ambiental.

A medida de mais impacto, anunciada no fim de semana passado, aponta para uma ampla reestruturação das grandes administrações, para melhorar seu funcionamento, prejudicado pela burocracia e a corrupção.

As novas diretrizes já provocaram o fim do ministério das Ferrovias, pasta marcada por muitos escândalos.

Li Keqiang nasceu em julho de 1955 na província de Anhui (centro). Assim como Xi Jinping, Li integra a geração de "jovens educados" enviados para trabalhar no campo por Mao Tsé-Tung na época das grandes punições da revolução cultural

Posteriormente governou a província industrial de Liaonong (nordeste) e a carente província de Anhui (centro). Também dirigiu a Liga da Juventude Comunista.

No domingo, Li deve conceder a primeira grande entrevista coletiva, um exercício anual dos primeiros-ministros chineses, com perguntas geralmente do agrado do governo por parte dos jornalistas chineses.

O regime comunista chinês instaurou nos anos 90 um sistema de mandatos de cinco anos para comandar as estruturas do partido e do Estado. Os mandatos geralmente são renovados uma vez, o que cria um período de transição a cada 10 anos.

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