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Lava Jato provocou suspensão de 16 obras em 6 países

Após acusações contra empreiteiras, BNDES suspendeu o financiamento de US$ 3,6 bilhões para 16 obras na América Latina

As obras suspensas estavam nas mãos das construtoras Odebrecht, Andrade Gutiérrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e OAS, as cinco investigadas pela Lava-Jato (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Agência Brasil)

As obras suspensas estavam nas mãos das construtoras Odebrecht, Andrade Gutiérrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e OAS, as cinco investigadas pela Lava-Jato (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Agência Brasil)

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EFE

Publicado em 11 de dezembro de 2016 às 15h30.

São Paulo - A operação Lava Jato, que investiga há mais de dois anos o maior esquema de corrupção da história do Brasil, provocou a suspensão de projetos de infraestrutura previstos em seis países da América Latina, segundo um relatório divulgado neste domingo pelo Grupo de Diários América (GDA).

Por causa das denúncias contra as empresas envolvidas no esquema, entre as quais se encontram as principais construtoras do país, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu o financiamento de US$ 3,6 bilhões para 16 obras na América Latina.

Esses projetos de infraestrutura seriam realizados em Argentina, Venezuela, Cuba, República Dominicana, Guatemala e Honduras, de acordo com as investigações do GDA, composto por 11 dos principais jornais da região.

As obras em questão estavam nas mãos das construtoras Odebrecht, Andrade Gutiérrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e OAS, as cinco investigadas pela Lava-Jato por seu envolvimento em um esquema de pagamento de subornos a políticos em troca da obtenção de contratos e outros favores.

Essas construções somam, no total, US$ 5,7 bilhões, o que representa 58% do valor destinado pelo BNDES para financiar serviços de engenharia na região entre 2003 e 2015.

A Venezuela é o país mais afetado, pois terá que renegociar cinco projetos, entre os quais se encontram a expansão do metrô de Caracas, cujas obras receberam US$ 1,28 bilhão do BNDES, e do estaleiro Astialba, destino a fabricar navios petroleiros para a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).

O BNDES analisa também seis projetos na República Dominicana, o segundo mais afetado, de obras viárias, projetos de irrigação e também o da termelétrica de Punta Catalina, com um custo previsto de US$ 656 milhões.

No entanto, o BNDES já anunciou no último dia 11 de outubro a suspensão do pagamento de cotas de empréstimos concedidos às construtoras investigadas por corrupção e se reservou o direito de cancelar os contratos unilateralmente se forem constatadas irregularidades.

No total, a pasta de empréstimos do banco de fomento do Brasil no exterior soma 47 projetos em um valor de US$ 13,5 bilhões, a maioria na América Latina. EFE

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