Kaesong, símbolo de entendimento e esperança entre Coreias
O polígono industrial de Kaesong, reaberto nesta segunda-feira após mais de cinco meses de inatividade, é um símbolo do entendimento entre as duas Coreias
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2013 às 11h36.
Seul - O polígono industrial de Kaesong, reaberto nesta segunda-feira após mais de cinco meses de inatividade, é um símbolo do entendimento entre as duas Coreias, que deram um primeiro e importante passo para superar suas diferenças e recuperar a confiança mútua.
Passada a etapa de máxima tensão que provocou o fechamento do complexo, Seul e Pyongyang conseguiram retomar, após um árduo processo de negociações , seu projeto econômico mais ambicioso.
Situado em território meridional norte-coreano, o polígono industrial foi produto da nova era de entendimento que ambos os governos, após meio século de inimizade, abriram no ano 2000 com a histórica cúpula entre o líder norte-coreano Kim Jong-il e a presidente sulista Kim Dae-jung, ambos já falecidos.
Em dezembro de 2004, foram fabricados os primeiros produtos neste complexo alimentado com capital privado do próspero Sul e a mão de obra barata do Norte comunista, que aspirava então à ambiciosa meta de abrigar para 2012 cerca de 700 mil trabalhadores e centenas de companhias.
No entanto, o número de empresas sul-coreanas está estagnado em 123 e o de trabalhadores nortistas em 53 mil por conta das diferenças políticas entre Norte e Sul, cujas relações nos últimos dez anos passaram por vários ciclos de enfrentamentos e reconciliação.
Desde sua inauguração, não foram poucos os conflitos em torno do complexo, como em 2009 quando Pyongyang parou com as operações durante quatro meses porque supostamente o Sul incitou a deserção de uma trabalhadora nortista, mas, apesar disso, o recinto nunca deteve suas operações até o dia 8 de abril.
Nesse dia, o regime de Kim Jong-un retirou todos seus trabalhadores de Kaesong, ação que atribuiu à suposta política hostil de Seul, que nesse momento realizava na região um de seus exercícios militares anuais conjuntos com as Forças Armadas dos Estados Unidos .
Concluída no final de abril uma longa e intensa campanha norte-coreana de ameaças, somente em julho ambos os lados voltaram a sentar-se à mesa para começar a debater a reabertura de Kaesong, concretizada agora após mais de dois meses de intermináveis reuniões.
A nova etapa que o complexo enfrenta promete marcar diferenças com respeito ao funcionamento da zona nos últimos anos, principalmente pelas mudanças introduzidas por ambas as partes no novo contrato que marcará o que irá acontecer com o parque industrial.
A Coreia do Sul , aparente ganhadora das recentes negociações, conseguiu convencer a Coreia do Norte a aceitar várias condições, entre elas garantir o funcionamento das fábricas à margem da situação política, facilitar o acesso e a conectividade, e promover o investimento estrangeiro.
Quanto a este último ponto, em outubro vai acontecer uma reunião com empresários estrangeiros em Kaesong, o que poderia ser o primeiro passo rumo à internacionalização do complexo, procurada por Seul para blindar ainda mais o projeto contra possíveis decisões arbitrárias do imprevisível regime norte-coreano.
Por último, o novo funcionamento de Kaesong, entendido como a prova que um acordo entre Norte e Sul é possível, eleva as expectativas de recuperar outros projetos comuns que ambos os governos empreenderam na década passada e que também foram suspensos pelas más relações.
Entre eles, as reuniões de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53) têm programada uma nova edição entre os dias 25 e 30 deste mês, naquela que será a primeira em três anos se as duas Coreias conseguirem resolver as diferenças que ainda mantêm sobre o alojamento dos participantes.
Quanto às viagens sul-coreanas ao monte nortista Kumgang, suspensas em 2008 depois que um guarda norte-coreano assassinou a tiros um turista do Sul, ambas as partes buscam uma data para iniciar as negociações sobre o reatamento do projeto.
Em todo caso, espera-se que o passo dado hoje pelas duas Coreias, tecnicamente enfrentadas desde o conflito de seis décadas, permita romper o ciclo de tensão-distensão que tem minado a relação nos últimos anos e abrir finalmente uma etapa duradoura de entendimento.
Seul - O polígono industrial de Kaesong, reaberto nesta segunda-feira após mais de cinco meses de inatividade, é um símbolo do entendimento entre as duas Coreias, que deram um primeiro e importante passo para superar suas diferenças e recuperar a confiança mútua.
Passada a etapa de máxima tensão que provocou o fechamento do complexo, Seul e Pyongyang conseguiram retomar, após um árduo processo de negociações , seu projeto econômico mais ambicioso.
Situado em território meridional norte-coreano, o polígono industrial foi produto da nova era de entendimento que ambos os governos, após meio século de inimizade, abriram no ano 2000 com a histórica cúpula entre o líder norte-coreano Kim Jong-il e a presidente sulista Kim Dae-jung, ambos já falecidos.
Em dezembro de 2004, foram fabricados os primeiros produtos neste complexo alimentado com capital privado do próspero Sul e a mão de obra barata do Norte comunista, que aspirava então à ambiciosa meta de abrigar para 2012 cerca de 700 mil trabalhadores e centenas de companhias.
No entanto, o número de empresas sul-coreanas está estagnado em 123 e o de trabalhadores nortistas em 53 mil por conta das diferenças políticas entre Norte e Sul, cujas relações nos últimos dez anos passaram por vários ciclos de enfrentamentos e reconciliação.
Desde sua inauguração, não foram poucos os conflitos em torno do complexo, como em 2009 quando Pyongyang parou com as operações durante quatro meses porque supostamente o Sul incitou a deserção de uma trabalhadora nortista, mas, apesar disso, o recinto nunca deteve suas operações até o dia 8 de abril.
Nesse dia, o regime de Kim Jong-un retirou todos seus trabalhadores de Kaesong, ação que atribuiu à suposta política hostil de Seul, que nesse momento realizava na região um de seus exercícios militares anuais conjuntos com as Forças Armadas dos Estados Unidos .
Concluída no final de abril uma longa e intensa campanha norte-coreana de ameaças, somente em julho ambos os lados voltaram a sentar-se à mesa para começar a debater a reabertura de Kaesong, concretizada agora após mais de dois meses de intermináveis reuniões.
A nova etapa que o complexo enfrenta promete marcar diferenças com respeito ao funcionamento da zona nos últimos anos, principalmente pelas mudanças introduzidas por ambas as partes no novo contrato que marcará o que irá acontecer com o parque industrial.
A Coreia do Sul , aparente ganhadora das recentes negociações, conseguiu convencer a Coreia do Norte a aceitar várias condições, entre elas garantir o funcionamento das fábricas à margem da situação política, facilitar o acesso e a conectividade, e promover o investimento estrangeiro.
Quanto a este último ponto, em outubro vai acontecer uma reunião com empresários estrangeiros em Kaesong, o que poderia ser o primeiro passo rumo à internacionalização do complexo, procurada por Seul para blindar ainda mais o projeto contra possíveis decisões arbitrárias do imprevisível regime norte-coreano.
Por último, o novo funcionamento de Kaesong, entendido como a prova que um acordo entre Norte e Sul é possível, eleva as expectativas de recuperar outros projetos comuns que ambos os governos empreenderam na década passada e que também foram suspensos pelas más relações.
Entre eles, as reuniões de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53) têm programada uma nova edição entre os dias 25 e 30 deste mês, naquela que será a primeira em três anos se as duas Coreias conseguirem resolver as diferenças que ainda mantêm sobre o alojamento dos participantes.
Quanto às viagens sul-coreanas ao monte nortista Kumgang, suspensas em 2008 depois que um guarda norte-coreano assassinou a tiros um turista do Sul, ambas as partes buscam uma data para iniciar as negociações sobre o reatamento do projeto.
Em todo caso, espera-se que o passo dado hoje pelas duas Coreias, tecnicamente enfrentadas desde o conflito de seis décadas, permita romper o ciclo de tensão-distensão que tem minado a relação nos últimos anos e abrir finalmente uma etapa duradoura de entendimento.