Usina de Fukushima antes dos desastres: AIEA também não entendeu aumento do nível de segurança (Kawamoto Takuo/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2011 às 19h47.
Tóquio - O Japão começará a implantar uma zona de exclusão em torno de sua usina nuclear danificada na sexta-feira, informou um comunicado nesta quarta-feira, em meio as preocupações crescentes sobre os efeitos de uma exposição de longo prazo à radiação.
O primeiro-ministro Naoto Kan anunciará a decisão para designar a área de 20 quilômetros em torno do complexo de Fukushima quando visitar a área na quinta-feira, informou a agência de notícias Kyodo, citando fontes não identificadas.
O governo permitirá a um membro de cada família levada a abrigos para fora da região retornar à casa sob supervisão para recolher seus pertences, informou a Kyodo.
"A designação da zona de exclusão pretende aumentar o controle do governo sobre a área para a qual pessoas retiradas têm voltado à casa por conta própria para colegar pertences, apesar dos temores de radiação, que prossegue na usina de Daiichi, de Fukushima", informou o relatório.
Não estava claro quais punições essas pessoas poderiam ser submetidas por violar a ordem.
Técnicos vêm lutando para consertar os reatores da usina, que foi atingida pelo terremoto de 11 de março seguido de forte tsunami que devastou o nordeste do Japão.
O sistema de refrigeração foi destruído, o que fez com que a temperatura dos reatores subissem, elevando os temores de um derretimento do núcleo.
Pessoas que moravam a um raio de 20 km da usina foram obrigadas a se retirar, enquanto aquelas que moravam em um raio de 10 km foram ordenadas a permanecer em suas casas.
Dos 3.378 moradores do raio de 20 km de 29 de março a 18 de abril, 63 famílias permaneceram, disse Kyodo.
O porta-voz do governo, Yukio Edano, disse em coletiva de imprensa que Kan faria uma visita de um dia a Fukushima na quinta-feira e encontraria moradores obrigados a se retirar nas cidades de Tamura e Koriyama.
"Há muitas pessoas em abrigos que foram evacuadas e só tinham as roupas do corpoo", disse Edano, citado pela agência Kyodo. "Acredito que é dever do governo apoiar firmemente essas pessoas."