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Irã terá de negociar direto com EUA sobre programa nuclear

Segundo funcionário iraniano, serão necessárias consultas diretas inéditas entre os dois países com o objetivo de alcançar um acordo antes de julho

Genebra: diálogos oficiais ocorrerão nas próximas segunda e terça-feira em Genebra (Mike Hewitt/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2014 às 17h27.

Teerã - Consultas diretas inéditas entre o Irã e os Estados Unidos serão a partir de agora necessárias para dar um novo impulso às negociações sobre o programa nuclear iraniano, com o objetivo de alcançar um acordo antes de julho - avaliou neste domingo um alto funcionário iraniano.

Estes diálogos oficiais, os primeiros fora do âmbito das negociações com as grandes potências, ocorrerão nas próximas segunda e terça-feira em Genebra.

O objetivo das negociações é preparar, antes da data limite de 20 de julho, um acordo global que garanta o caráter pacífico do programa nuclear iraniano e levante as sanções internacionais impostas ao Irã.

Caso contrário, as negociações podem se prolongar por um novo período de seis meses, como prevê o acordo provisório fechado em Genebra em novembro de 2013.

Com base no acordo provisório fechado em Genebra em novembro de 2013, em vigor desde em janeiro, o Irã congelou uma parte de suas atividades nucleares em troca de um levantamento parcial das sanções econômicas ocidentais.

Desde então, uma série de discussões foram levadas adiante entre o Irã e o grupo dos 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).

Os encontros separados visam preparar a próxima sessão, de 16 a 20 de junho, em Viena, onde as duas partes esperam iniciar a redação de um acordo global. A última sessão, realizada em maio, em Viena, terminou sem resultados.

"Sempre mantivemos diálogos bilaterais com os Estados Unidos no marco das negociações com o grupo 5+1, mas agora queremos manter consultas separadamente", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, citado pela agência oficial Irna.

"A maior parte das sanções foi imposta pelos Estados Unidos, os outros países do grupo 5+1 não estão envolvidos", acrescentou o chanceler.

A delegação norte-americana em Genebra será dirigida pelo sub-secretário de Estado William Burns, que "já participou das negociações e teve um papel eficaz. Espero que sua presença seja igualmente positiva durante esta nova rodada", ressaltou Araghchi.

Um encontro bilateral com a Rússia também está previsto para esta quarta e quinta-feira, em Roma.

"O Irã travará negociações com todos os membros do grupo 5+1 mas os Estados Unidos são o principal e o mais importante interlocutor, já que foram os americanos que criaram todo este alarde ao redor do programa nuclear iraniano", declarou à AFP Cyrus Nasseri, membro da equipe de negociadores nucleares entre 2003 e 2005, quando o atual presidente Rohani esteve à frente das negociações.

O ex-diplomata critica a "obstinação cansativa" dos Estados Unidos, que acusam o Irã de perpetrar um programa nuclear com fins não-civis, e fabricar uma bomba atômica. Teerã desmente as acusações.

"São os Estados Unidos que devem procurar uma solução para o problema (...), então falar com eles me parece lógico e resulta num desenvolvimento positivo", acrescentou.

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Teerã - Consultas diretas inéditas entre o Irã e os Estados Unidos serão a partir de agora necessárias para dar um novo impulso às negociações sobre o programa nuclear iraniano, com o objetivo de alcançar um acordo antes de julho - avaliou neste domingo um alto funcionário iraniano.

Estes diálogos oficiais, os primeiros fora do âmbito das negociações com as grandes potências, ocorrerão nas próximas segunda e terça-feira em Genebra.

O objetivo das negociações é preparar, antes da data limite de 20 de julho, um acordo global que garanta o caráter pacífico do programa nuclear iraniano e levante as sanções internacionais impostas ao Irã.

Caso contrário, as negociações podem se prolongar por um novo período de seis meses, como prevê o acordo provisório fechado em Genebra em novembro de 2013.

Com base no acordo provisório fechado em Genebra em novembro de 2013, em vigor desde em janeiro, o Irã congelou uma parte de suas atividades nucleares em troca de um levantamento parcial das sanções econômicas ocidentais.

Desde então, uma série de discussões foram levadas adiante entre o Irã e o grupo dos 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).

Os encontros separados visam preparar a próxima sessão, de 16 a 20 de junho, em Viena, onde as duas partes esperam iniciar a redação de um acordo global. A última sessão, realizada em maio, em Viena, terminou sem resultados.

"Sempre mantivemos diálogos bilaterais com os Estados Unidos no marco das negociações com o grupo 5+1, mas agora queremos manter consultas separadamente", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, citado pela agência oficial Irna.

"A maior parte das sanções foi imposta pelos Estados Unidos, os outros países do grupo 5+1 não estão envolvidos", acrescentou o chanceler.

A delegação norte-americana em Genebra será dirigida pelo sub-secretário de Estado William Burns, que "já participou das negociações e teve um papel eficaz. Espero que sua presença seja igualmente positiva durante esta nova rodada", ressaltou Araghchi.

Um encontro bilateral com a Rússia também está previsto para esta quarta e quinta-feira, em Roma.

"O Irã travará negociações com todos os membros do grupo 5+1 mas os Estados Unidos são o principal e o mais importante interlocutor, já que foram os americanos que criaram todo este alarde ao redor do programa nuclear iraniano", declarou à AFP Cyrus Nasseri, membro da equipe de negociadores nucleares entre 2003 e 2005, quando o atual presidente Rohani esteve à frente das negociações.

O ex-diplomata critica a "obstinação cansativa" dos Estados Unidos, que acusam o Irã de perpetrar um programa nuclear com fins não-civis, e fabricar uma bomba atômica. Teerã desmente as acusações.

"São os Estados Unidos que devem procurar uma solução para o problema (...), então falar com eles me parece lógico e resulta num desenvolvimento positivo", acrescentou.

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