Parada militar do Irã exibe míssil com a foto do aiatolá Ali Khamenei ao fundo: líder supremo deve decidir se o país negociará com os EUA (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - Representantes do governo do Irã negaram esforços de reaproximação com os Estados Unidos na tentativa de suspender as sanções impostas pelo país e por parte da comunidade internacional. Mas ressaltaram que há confiança nas negociações com o chamado Grupo de Viena - Estados Unidos, Rússia e França -, designado pela comunidade internacional para a retomada das conversas com os iranianos.
A decisão sobre uma eventual negociação com os norte-americanos será do líder da Revolução Islâmica, Ayatollah Seyyed Ali Khamenei, segundo o porta-voz da Comissão Nacional de Segurança e Política Externa, Kazem Jalali.
As informações são da rede de televisão estatal do Irã, a PressTV. Ontem (10) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contrariado, assinou o decreto que fixa as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Contrário às restrições, Lula assinou o documento porque tradicionalmente o Brasil segue as resoluções dos organismos internacionais que integra.
No caso dos Estados Unidos, o país rompeu as relações diplomáticas com o Irã, depois da Revolução Islâmica em 1979. Os norte-americanos lideram uma campanha internacional de resistência ao programa nuclear iraniano por suspeitarem que haja o desenvolvimento de armas atômicas. Mas as autoridades iranianas negam as suspeitas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Manouchehr Mottaki, afirmou que o governo do seu país não fez qualquer pedido de conversações com os Estados Unidos. "Nós temos afirmado repetidamente que a posição da República Islâmica do Irã diz respeito a objetivos regionais de Washington [em relação a uma política externa comum para o Oriente Médio]", afirmou ele.
Mottaki se referiu a um suposto fracasso nas relações entre os Estados Unidos e os países do Oriente Médio. Segundo o ministro, o Irã não "vai tolerar [as supostas] coação e intimidação" por parte dos norte-americanos. Porém, ele ressaltou que confia nas negociações e evoluções nas conversas com os integrantes do Grupo de Viena. "[Há] uma atitude construtiva e transparente, livre de publicidade na mídia."
Em maio, o Brasil e a Turquia mediaram um acordo em Teerã, por meio do qual o Irã concordou em enviar 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, o Irã receberia 120 quilos do produto enriquecido a 20% naquele país. Com isso, a expectativa era afastar o temor da produção de armas atômicas no Irã. Mas a comunidade internacional rejeitou a proposta.
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