Irã diz ter detido "espiões cibernéticos" ligados ao vírus Stuxnet
Na semana passada, o Irã reconheceu que os sistemas de informática de dezenas de indústrias foram atacados por um vírus denominado Stuxnet
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2010 às 12h15.
Teerã - O ministro de Inteligência iraniano, Heydar Moslehi, disse hoje que seu país deteve "um grupo de espiões nucleares" que trabalhavam para atacar as centrais iranianas por meio da internet.
Como é habitual, o responsável não detalhou o número de detidos, tampouco onde ocorreu a suposta operação, limitando-se a sugerir que os detidos são ligados "aos poderes hegemônicos".
Esta expressão é como as autoridades iranianas costumam referir-se ao Ocidente, em particular aos Estados Unidos, o Reino Unido e a Israel.
"O inimigo criou e enviou um vírus pela internet para atingir as atividades nucleares do Irã", afirmou Moslehi citado pela agência de notícias "Mehr" e a televisão estatal "PressTV".
"Sempre estamos enfrentando essas atividades destrutivas de outras agências (de espionagem), e, naturalmente, detivemos um grupo de espiões nucleares para frear os movimentos do inimigo", acrescentou.
A este respeito, Moslehi insistiu que o Irã possui "equipes com rapidez suficiente para detectar e resistir aos passos destrutivos dos poderes hegemônicos na internet".
"Posso garantir que as forças de inteligência têm a experiência necessária e o controle sobre o ciberespaço, e não permitirão que o inimigo se infiltre e danifique os avanços nucleares nacionais", disse.
Na semana passada, o Irã reconheceu que os sistemas de informática de dezenas de indústrias foram atacados por um vírus denominado Stuxnet, que segundo alguns analistas ocidentais poderia ter sido criado para tentar frear o controvertido programa nuclear iraniano.
O regime iraniano negou que o ataque em massa tivesse afetado à usina nuclear de Bushehr, no sul do país, embora tenha admitido que os computadores pessoais de alguns funcionários foram infectados pelo vírus infiltrado por meio de entradas USB.
Grande parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos e Israel à frente, acusam ao Irã de ocultar, sob seu programa nuclear pacífico, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas cujo objetivo seria a aquisição de um arsenal atômico, alegação que Teerã rejeita.