Guterres pede suspensão da violência nos arredores de Damasco
A suspensão dos combates servirá para permitir a entrada de ajuda humanitária na região e a saída de 700 pessoas que precisam de tratamento urgente
EFE
Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 14h34.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2018 às 16h45.
Nações Unidas - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas ( ONU ), António Guterres, pediu nesta quarta-feira a "suspensão imediata" da violência em Ghouta Oriental, o principal reduto da oposição nos arredores de Damasco, na Síria .
"Estou profundamente triste com o sofrimento da população civil em Ghouta Oriental; 400 mil pessoas vivem um inferno na Terra", disse Guterres.
O chefe das Nações Unidas fez esse apelo no Conselho de Segurança, que há dois dias está negociando uma resolução para decretar uma trégua humanitária de um mês em toda a Síria. Guterres disse que apoia plenamente o esforço, mas que "Ghouta Oriental não pode esperar". Segundo explicou, a suspensão dos combates servirá para permitir a entrada de ajuda humanitária na região e a saída de 700 pessoas que precisam de tratamento urgente.
"Esta é uma tragédia humana que está se desenvolvendo diante dos nossos olhos e acho que não podemos deixar que as coisas sigam desta forma horrível", insistiu Guterres.
A ONU calcula que cerca de 400 mil pessoas estejam sitiadas em Ghouta Oriental pelas forças governamentais sírias.
Nos últimos dias, a área foi alvo de muitos bombardeios e disparos de artilharia, que segundo analistas podem ser prelúdio de uma ofensiva por parte do Exército sírio. Ontem, pelo menos 106 pessoas morreram nesses ataques, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Hoje, conforme os últimos dados dessa ONG, pelo menos 24 teriam falecido.
Diante do aumento da violência em Ghouta Oriental e em outras partes da Síria, os serviços humanitários da ONU insistiram nas últimas semanas na necessidade de uma trégua de um mês para aliviar a situação da população. Vários países do Conselho de Segurança estão tentando impulsionar uma resolução nesse sentido, mas a iniciativa está encontrando a rejeição da Rússia .