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Greves trabalhistas na Europa deixam portos abarrotados de contêineres com destino aos EUA

Componentes para a fabricação de carros e móveis são alguns dos itens que estão bloqueados em portos da Alemanha e Holanda

Porto de Wilhelmshaven, na Alemanha: grevistas devem negociar condições para voltar ao trabalho na terça-feira, 5 (David Hecker//Getty Images)
AL

André Lopes

Publicado em 2 de julho de 2022 às 10h46.

Última atualização em 2 de julho de 2022 às 10h47.

A desaceleração trabalhista e as greves nos portos da Alemanha e da Holanda estão criando um enorme acúmulo de contêineres de exportação com destino aos EUA, que levará meses para serem esvaziados, dizem autoridades do bloco.

De acordo com a ImportGenius, de monitoramento de cargas, alguns dos itens que são exportados para fora desses portos são componentes importantes para o setor automobilístico, como baterias de lítio, automóveis já montados, além de uma grande variedade de peças e chassis.

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Mercedes, BMW e Ford são algumas das marcas que estão listadas a espera desses envios. Além das montadoras, decoração de casa, pisos e móveis da Ikea também foram listados.

“Os importadores dos EUA precisam olhar com quatro a cinco semanas de antecedência para ver se há um navio disponível”, disse Andreas Braun, diretor de produtos oceânicos da Crane Worldwide Logistics para Europa, Oriente Médio e África à CNBC. “Isto não é normal. Além disso, se você tiver a sorte de reservar uma vaga em um navio, precisará localizar um contêiner vazio que pode estar no interior dos país".

De acordo com a Sea-Intelligence, que rastreia a confiabilidade dos horários dos navios, apenas 30% ou 40% de todos os envios globais estão no prazo. Infelizmente, a movimentação de contêineres vazios ou cheios do interior ou nos portos também é um problema. O congestionamento ferroviário, também envolto de um movimento de greve e redução de postos de trabalho, deixou a malha ferroviária da União Europeia congestionado.

Uma vez que um contêiner está em um navio, os importadores dos EUA podem esperar que seus contêineres cheguem com sete a nove dias de atraso.

A previsão de normalização deve vir após uma reunião do sindicato alemão Verdi e a Associação Central de Empresas Portuárias Alemãs (ZDS), que devem abrir novas negociações com os governos locais na terça-feira, 5.

Greves pela Europa

Metalúrgicos, estivadores e trabalhadores dos setores de transporte aéreo e ferroviário iniciaram greves por toda a União Europeia. A principal reclamação é o aumento de custo de vida que não acompanhou os salários.

Além disso, os grevistas apontam um aumento de produção por conta da greve da Ucrânia que, por consequência, exigiu jornadas de trabalho mais extenuantes.

No caso da Alemanha, que tem mais setores paralisados, nodia 12 de junho os trabalhadores se reuniram com a Associação Central de Empresas Portuárias Alemãs, representante das grandes empresas que atuam nos portos. A reunião terminou sem nenhum consenso, uma vez que a oferta das empresas foi considerada pelos trabalhadores como muito abaixo do necessário.

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