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Governo turco cede e não vai mais impor planos sobre parque

Manifestantes farão uma assembleia na tarde desta sexta-feira para decidir se terminam ou não com os protestos

Manifestantes em frente à entrada do parque Gezi na praça Taksim, em Istambul, na Turquia (REUTERS / Yannis Behrakis)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 07h16.

Ancara - O governo da Turquia garantiu nesta sexta-feira que não vai iniciar a reurbanização do parque Gezi de Istambul até que os tribunais decidam se vão paralisar a obra ou não e que começou uma investigação sobre a violência policial exercida durante as mais de duas semanas de manifestações e protestos.

Se os juízes autorizarem a execução do projeto, que implica na destruição do parque, o executivo planeja convocar um referendo, afirmou Hüseyin Çelik, porta-voz do partido governante AKP, após uma reunião noturna com representantes dos manifestantes.

O resultado do encontro com o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, satisfez os representantes da Plataforma Solidariedade Taksim, que representa os cidadãos acampados há duas semanas no parque Gezi, próximo da Praça Taksim em Istambul.

Em um breve comunicado, o grupo disse que Erdogan os ouviu, garantindo que o parque não será tocado até a decisão judicial, que seria convocado um referendo e que começou uma investigação sobre os responsáveis pelos abusos durante a repressão dos protestos.

Em relação ao fim dos protestos e do acampamento no parque Gezi, o movimento anunciou que hoje pela tarde será feita uma assembleia e que serão os manifestantes que vão decidir se terminam ou não com os protestos.

"Reagiremos de forma positiva a essa atitude positiva (do governo)" afirmou o movimento após a reunião, que terminou às 3h locais (21h de Brasília do dia anterior).


Os representantes dos manifestantes afirmaram, no entanto, que "vão continuar atentos às promessas do primeiro-ministro".

O ato desta tarde no parque servirá também como uma homenagem aos quatro mortos (três manifestantes e um agente) durante os protestos.

Em um encontro com a imprensa após a reunião, Çelik assegurou que a Turquia é um Estado de Direito e que é impossível que o Executivo tome uma atitude ilegal.

"Se existe uma decisão judicial, o governo tem que cumpri-la", disse, e insistiu que o parque ficará intacto até que o tribunal decida sobre a ordem de paralisação da obra.

Sobre a repressão das manifestações, que deixou quatro mortos e milhares de feridos, o porta-voz prometeu que "se for comprovado que (agentes) cometeram crimes, eles serão punidos como prevê a Lei".

Çelik insistiu em pedir aos acampados que deixem o parque e acabem com os protestos: "Me dirijo aos jovens que se concentraram para defender o meio ambiente. Vão para casa dormir em suas camas confortáveis".

O anúncio do governo aconteceu depois que Erdogan voltou a ameaçar ontem com o uso da força para desmantelar o acampamento no parque Gezi.

A noite transcorreu tranquila e em um ambiente festivo, apesar da tensão provocada por essas ameaças. Centenas de mães foram à Praça Taksim e formaram uma corrente humana ao redor do parque para impedir uma intervenção policial.

Um piano instalado na praça permitiu a realização de um concerto até as primeiras horas de hoje, do qual participaram cerca de 50 pianistas, cercados por uma multidão que cantou temas populares como o "Let It Be", dos Beatles.

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Ancara - O governo da Turquia garantiu nesta sexta-feira que não vai iniciar a reurbanização do parque Gezi de Istambul até que os tribunais decidam se vão paralisar a obra ou não e que começou uma investigação sobre a violência policial exercida durante as mais de duas semanas de manifestações e protestos.

Se os juízes autorizarem a execução do projeto, que implica na destruição do parque, o executivo planeja convocar um referendo, afirmou Hüseyin Çelik, porta-voz do partido governante AKP, após uma reunião noturna com representantes dos manifestantes.

O resultado do encontro com o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, satisfez os representantes da Plataforma Solidariedade Taksim, que representa os cidadãos acampados há duas semanas no parque Gezi, próximo da Praça Taksim em Istambul.

Em um breve comunicado, o grupo disse que Erdogan os ouviu, garantindo que o parque não será tocado até a decisão judicial, que seria convocado um referendo e que começou uma investigação sobre os responsáveis pelos abusos durante a repressão dos protestos.

Em relação ao fim dos protestos e do acampamento no parque Gezi, o movimento anunciou que hoje pela tarde será feita uma assembleia e que serão os manifestantes que vão decidir se terminam ou não com os protestos.

"Reagiremos de forma positiva a essa atitude positiva (do governo)" afirmou o movimento após a reunião, que terminou às 3h locais (21h de Brasília do dia anterior).


Os representantes dos manifestantes afirmaram, no entanto, que "vão continuar atentos às promessas do primeiro-ministro".

O ato desta tarde no parque servirá também como uma homenagem aos quatro mortos (três manifestantes e um agente) durante os protestos.

Em um encontro com a imprensa após a reunião, Çelik assegurou que a Turquia é um Estado de Direito e que é impossível que o Executivo tome uma atitude ilegal.

"Se existe uma decisão judicial, o governo tem que cumpri-la", disse, e insistiu que o parque ficará intacto até que o tribunal decida sobre a ordem de paralisação da obra.

Sobre a repressão das manifestações, que deixou quatro mortos e milhares de feridos, o porta-voz prometeu que "se for comprovado que (agentes) cometeram crimes, eles serão punidos como prevê a Lei".

Çelik insistiu em pedir aos acampados que deixem o parque e acabem com os protestos: "Me dirijo aos jovens que se concentraram para defender o meio ambiente. Vão para casa dormir em suas camas confortáveis".

O anúncio do governo aconteceu depois que Erdogan voltou a ameaçar ontem com o uso da força para desmantelar o acampamento no parque Gezi.

A noite transcorreu tranquila e em um ambiente festivo, apesar da tensão provocada por essas ameaças. Centenas de mães foram à Praça Taksim e formaram uma corrente humana ao redor do parque para impedir uma intervenção policial.

Um piano instalado na praça permitiu a realização de um concerto até as primeiras horas de hoje, do qual participaram cerca de 50 pianistas, cercados por uma multidão que cantou temas populares como o "Let It Be", dos Beatles.

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