Governo e Farc vão marcar nova data para assinatura da paz
O primeiro a admitir a extensão dos diálogos foi o presidente Juan Manuel Santos na quarta-feira
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2016 às 14h06.
A guerrilha das Farc e o governo da Colômbia desistiram em separado do prazo fixado para assinar o acordo de paz, 23 de março, e deixaram em aberto a opção para prorrogar as negociações que realizam em Cuba desde 2012.
O primeiro a admitir a extensão dos diálogos foi o presidente Juan Manuel Santos na quarta-feira.
"Depois de tanto esforço, se não alcançarmos em 23 de março um bom acordo, digo à outra parte que determinemos outra data, porque não vou cumprir um prazo com um mau acordo", afirmou o chefe de Estado.
Nesta quinta-feira, em Cuba, Joaquín Gómez, negociador das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Havana, apoiou a posição do presidente.
"Nos parece que o presidente Santos agiu com objetividade e estamos de acordo com o que ele disse, e achamos que, sim, que depois do dia 23, pode haver um acordo", afirmou.
"Estamos de acordo de maneira consensual sobre acertar outra data", acrescentou.
Dessa maneira, as Farc e o governo Santos abriram caminho para uma prorrogação das discussões para concluir um acordo que termine com meio século de conflito.
No entanto, não existe, ao menos de conhecimento público, uma nova data em discussão, mas da parte das Farc fala-se de que até o final do ano o acordo possa ser assinado.
Em 23 de setembro do ano passado, Santos e o líder das Farc, Timoleón Jiménez, conhecido como "Timochenko", anunciaram um prazo máximo de seis meses para alcançar um acordo final visando acabar com meio século de conflito.
Na semana passada, as Farc tinham manifestado a certeza de até o fim de 2016 os colombianos poderiam contar com um protocolo de paz que "permita propagar aos quatro ventos: a guerra acabou", dando a entender que o prazo estabelecido entre as duas partes poderia se estender.
Sem mencionar o dia 23 de março, a guerrilha informou que a assinatura de um pacto definitivo de paz "está determinada pelos compromissos" que podem alcançar sobre o fim do conflito e o referendamento dos acordos, últimos pontos em discussão, segundo o planejamento das conversações.
As partes, que já alcançaram um consenso parcial sobre a reforma agrária, a luta contra o tráfico de drogas, a participação política dos combatentes, a justiça e as vítimas, debatem atualmente as questões complexas relativas ao fim do conflito, como o cessar-fogo e a entrega definitiva das armas.
Santos explicou que ainda falta decidir detalhes sobre o destino dos membros das Farc quando se desarmarem, como vão entregar suas armas, a quem, em quais datas, etc.
Além disso, ele afirmou que falta definir os magistrados do tribunal de justiça transitório, outro tema sensível.
O conflito interno na Colômbia, que por mais de cinco décadas envolveu guerrilheiros, paramilitares e militares, fez oficialmente 7,5 milhões de vítimas, incluindo 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,6 milhões de deslocados.
A guerrilha das Farc e o governo da Colômbia desistiram em separado do prazo fixado para assinar o acordo de paz, 23 de março, e deixaram em aberto a opção para prorrogar as negociações que realizam em Cuba desde 2012.
O primeiro a admitir a extensão dos diálogos foi o presidente Juan Manuel Santos na quarta-feira.
"Depois de tanto esforço, se não alcançarmos em 23 de março um bom acordo, digo à outra parte que determinemos outra data, porque não vou cumprir um prazo com um mau acordo", afirmou o chefe de Estado.
Nesta quinta-feira, em Cuba, Joaquín Gómez, negociador das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Havana, apoiou a posição do presidente.
"Nos parece que o presidente Santos agiu com objetividade e estamos de acordo com o que ele disse, e achamos que, sim, que depois do dia 23, pode haver um acordo", afirmou.
"Estamos de acordo de maneira consensual sobre acertar outra data", acrescentou.
Dessa maneira, as Farc e o governo Santos abriram caminho para uma prorrogação das discussões para concluir um acordo que termine com meio século de conflito.
No entanto, não existe, ao menos de conhecimento público, uma nova data em discussão, mas da parte das Farc fala-se de que até o final do ano o acordo possa ser assinado.
Em 23 de setembro do ano passado, Santos e o líder das Farc, Timoleón Jiménez, conhecido como "Timochenko", anunciaram um prazo máximo de seis meses para alcançar um acordo final visando acabar com meio século de conflito.
Na semana passada, as Farc tinham manifestado a certeza de até o fim de 2016 os colombianos poderiam contar com um protocolo de paz que "permita propagar aos quatro ventos: a guerra acabou", dando a entender que o prazo estabelecido entre as duas partes poderia se estender.
Sem mencionar o dia 23 de março, a guerrilha informou que a assinatura de um pacto definitivo de paz "está determinada pelos compromissos" que podem alcançar sobre o fim do conflito e o referendamento dos acordos, últimos pontos em discussão, segundo o planejamento das conversações.
As partes, que já alcançaram um consenso parcial sobre a reforma agrária, a luta contra o tráfico de drogas, a participação política dos combatentes, a justiça e as vítimas, debatem atualmente as questões complexas relativas ao fim do conflito, como o cessar-fogo e a entrega definitiva das armas.
Santos explicou que ainda falta decidir detalhes sobre o destino dos membros das Farc quando se desarmarem, como vão entregar suas armas, a quem, em quais datas, etc.
Além disso, ele afirmou que falta definir os magistrados do tribunal de justiça transitório, outro tema sensível.
O conflito interno na Colômbia, que por mais de cinco décadas envolveu guerrilheiros, paramilitares e militares, fez oficialmente 7,5 milhões de vítimas, incluindo 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,6 milhões de deslocados.