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França pede que Itália não se intrometa nos protestos dos coletes amarelos

Os dois vice-presidentes do governo da Itália, líderes do M5S e da Liga, expressaram seu apoio aos "coletes amarelos" da França

França: "Não tenho certeza que interessar-se pelos 'coletes amarelos' tenha a ver com o bem-estar do povo italiano", disse a ministra francesa (Mustafa Yalcin/Anadolu Agency/Getty Images)
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EFE

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 11h17.

Bruxelas - A ministra de Assuntos Europeus da França , Nathalie Loiseau, pediu à Itália nesta terça-feira que não se intrometa em assuntos internos, depois que os dois vice-presidentes italianos expressassem seu apoio aos "coletes amarelos".

"Cada governo tem como prioridade ocupar-se do bem-estar e do futuro de seus próprios compatriotas, portanto penso que a prioridade do governo italiano é ocupar-se do bem-estar do povo italiano. Não tenho certeza que interessar-se pelos 'coletes amarelos' tenha a ver com o bem-estar do povo italiano", afirmou Loiseau ao chegar a uma reunião de ministros em Bruxelas.

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A ministra francesa disse ter escutado "muito" o governo italiano do antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S) e da ultradireitista Liga pedir "respeito" à maneira como dirige o seu país, em referência às declarações do Executivo durante seu enfrentamento com a Comissão Europeia depois que Bruxelas rejeitou os orçamentos da Itália para 2019.

"Acredito que esse respeito é devido, mas se deve a qualquer país, sobretudo, quando somos vizinhos, aliados e amigos", destacou Loiseau, acrescentando que durante a reunião de hoje em Bruxelas abordaria a questão com o ministro das Relações Exteriores italiano, Enzo Moavero Milanesi.

Nesta segunda-feira, os dois vice-presidentes do governo da Itália, Luigi Di Maio e Matteo Salvini, líderes do M5S e da Liga, respectivamente, expressaram seu apoio aos "coletes amarelos" da França.

Di Maio foi quem mais falou sobre estes protestos no país vizinho e, em artigo no seu blog, encorajou os "coletes amarelos" a "não se render", pois "uma nova Europa está nascendo".

"Tanto na França como na Itália a política tem se tornado surda às exigências dos cidadãos, excluídos das decisões mais importantes que afetam o povo. O grito que se eleva forte das ruas franceses é, definitivamente, 'deixe-nos participar'", escreveu.

Di Maio lembrou que o "espírito" dos protestos na França é "o mesmo" que derivou em 2009 na fundação do Cinco Estrelas na Itália.

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