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França obtém apoio da UE a pedido de assistência militar

Paris também decidiu pelo desdobramento de uma força na República Centro-Africana para "evitar uma catástrofe humanitária"

John Kerry e François Hollande: Paris também decidiu pelo desdobramento de uma força na República Centro-Africana para "evitar uma catástrofe humanitária" (Philippe Wojazer / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 16h30.

A França obteve, nesta terça-feira, apoio unânime de seus parceiros da União Europeia ao seu pedido de assistência militar na luta contra o grupo Estado Islâmico no Iraque e Síria , além de pontos de operações na África, quatro dias depois dos atentados mortíferos de Paris.

"A França pediu ajuda e assistência" e "a UE, através da voz de todos os Estados-membros, expressou de maneira unânime seu total apoio", disse a chefe da diplomacia europeia, Fererica Mogherini, em uma coletiva de imprensa conjunta, em Bruxelas, com o ministro da Defesa francês, Jean-Yvez Le Drian.

Este apoio "é um ato político de grande importância", disse Le Drian.

O ministro francês e a chefe da diplomacia europeia participam, nesta terça-feira, de uma reunião de ministros da Defesa em Bruxelas, poucos dias depois dos atentados reivindicados pela organização Estado Islâmico, na última sexta-feira, que deixaram 129 mortos e mais de 300 feridos em Paris.

Neste encontro, a França pediu apoio dos demais países do bloco na luta contra a organização Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque e em operações militares no exterior, especialmente na África.

Desde os atentados de sexta-feira, Paris lançou bombardeios importantes no feudo do EI em Raqa (Síria) e enviará o porta-aviões "Charles de Gaulle", na quinta-feira, com 26 caça-bombardeiros a bordo até o Mediterrâneo Oriental para "intensificar" as operações na Síria e Iraque.

Há anos, as tropas francesas também participam de diferentes operações na África pela luta contra os grupos jihadistas, especialmente na região de Sahel, que atravessa as zonas da Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Burkina Faso.

Paris também decidiu pelo desdobramento de uma força na República Centro-Africana para "evitar uma catástrofe humanitária".

França "não pode sozinha"

"A França não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo", disse Le Drian, informando que manteria "reuniões técnicas" com seus 27 homólogos.

O presidente francês, François Hollande, antecipou, em discurso a parlamentares na segunda-feira, que pediria ajuda a seus parceiros do bloco, recorrendo ao artigo 42-7 da União Europeia.

Esta é a primeira vez que se invoca este artigo, similar ao item 5 da Otan, ao qual se apoiaram os Estados Unidos após os atentados de 11 setembro para que a Aliança Atlântica intervisse no Afeganistão.

O emprego desse artigo "tem um alcance simbólico", afirmou uma fonte próxima ao ministro.

"Os países da União Europeia poderiam, assim, participar mais concretamente da luta contra o terrorismo, ainda que seja oferecendo uma contribuição ao Exército francês nos cenários em que está atuando", acrescentou.

As contribuições poderiam "se dar em forma de aviões de transporte, abastecimento, armamento" e tudo que permita "compartilhar o esforço militar", tendo em conta que uma intensificação da ação na Síria poderia obrigar a França a reduzir sua presença em outros pontos de intervenção, disse a fonte.

Este "esforço militar" também impedirá que a França respeite aos critérios fixados pela UE sobre o défice público.

O primeiro ministro francês, Manuel Valls, confirmou, nesta terça-feira, que os compromissos fiscais da França, que previam um recuo de 3% do déficit público para 2017, não serão cumpridos devido aos recursos inéditos que o governo destinará à polícia, às forças de ordem e aos serviços de inteligência determinados após os atentados.

"Devemos prover todos os meios (...) à polícia, às forças de ordem e aos serviços de inteligência", declarou o primeiro-ministro à rádio francesa France Inter.

Em Bruxelas, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, que apresentava, nesta terça-feira, as opiniões da Comissão Europeia sobre os orçamentos nacionais dos 28 membros do bloco e o déficit, deu carta branca a um descumprimento de critérios da França.

"As regras do Pacto de Estabilidade e de Crescimento não impedem que os Estados definam suas prioridades. Entendemos o que é a prioridade da segurança", afirmou Moscovici, em coletiva de imprensa.

As regras fiscais que limitam o déficit a um máximo de 3% do PIB, o que Paris não cumpre, não são "rígidas nem estúpidas", acrescentou.

São Paulo - Qual é o exército mais poderoso e bem preparado do mundo? É isso o que tenta responder o Global Firepower Index, uma database  - atualizada continuamente - que reúne dados de 106 países. Levando em conta 50 critérios, a pesquisa mais recente do site montou um ranking dos exércitos mais fortes. Entre os critérios: orçamento, contingente e tamanho do arsenal. Veja a seguir os 15 mais poderosos do mundo:
  • 2. 1. Estados Unidos

    2 /17(Luke Sharrett/Getty Images)

  • Veja também

    OrçamentoUS$ 612,5 bi
    Contingente1.430.000
    Tanques8.325
    Aeronaves13.683
    Submarinos72
    Ogivas nucleares7.506
    Porta-aviões10
    Líder mundial em: orçamento, aeronaves, porta-aviões
  • 3. 2. Rússia

    3 /17(Tatayana Makeyeva/Getty Images)

  • OrçamentoUS$ 76,6 bi
    Contingente766.000
    Tanques15.000
    Aeronaves3.082
    Submarinos63
    Ogivas nucleares8.484
    Porta-aviões1
    Líder mundial em: tanques, ogivas nucleares
  • 4. 3. China

    4 /17(ChinaFotoPress/Getty Images)

    OrçamentoUS$ 126 bi
    Contingente2.285.000
    Tanques9.150
    Aeronaves2.788
    Submarinos69
    Ogivas nucleares250
    Porta-aviões1
    Líder mundial em: contingente
  • 5. 4. Índia

    5 /17(Biju Boro/AFP)

    OrçamentoUS$ 46 bi
    Contingente1.325.000
    Tanques3.569
    Aeronaves1.785
    Submarinos17
    Ogivas nucleares80-100
    Porta-aviões2
  • 6. 5. Reino Unido

    6 /17(Getty Images)

    OrçamentoUS$ 53,6 bi
    Contingente205.330
    Tanques407
    Aeronaves908
    Submarinos11
    Ogivas nucleares225
    Porta-aviões1
  • 7. 6. França

    7 /17(AFP/ Issouf Sanogo)

    OrçamentoUS$ 43 bi
    Contingente228.802
    Tanques423
    Aeronaves1.203
    Submarinos10
    Ogivas nucleares300
    Porta-aviões1
  • 8. 7. Alemanha

    8 /17(Tobias Schwarz/Reuters)

    OrçamentoUS$ 45 bi
    Contingente183.000
    Tanques408
    Aeronaves710
    Submarinos10
    Ogivas nucleares300
    Porta-aviões1
  • 9. 8. Turquia

    9 /17(Burak Kara/Getty Images)

    OrçamentoUS$ 18,2 bi
    Contingente410.500
    Tanques3.657
    Aeronaves989
    Submarinos14
    Ogivas nucleares0
    Porta-aviões0
  • 10. 9. Coreia do Sul

    10 /17(Chung Sung-Jun/Getty Images)

    OrçamentoUS$ 33,7 bi
    Contingente640.000
    Tanques2.346
    Aeronaves1.393
    Submarinos14
    Ogivas nucleares0
    Porta-aviões0
  • 11. 10. Japão

    11 /17(Koichi Kamoshida/Getty Images)

    OrçamentoUS$ 49,1 bi
    Contingente247.746
    Tanques767
    Aeronaves1.595
    Submarinos16
    Ogivas nucleares0
    Porta-aviões1
  • 12. 11. Israel

    12 /17(Matan Hakimi/IDF via Getty Images)

    OrçamentoUS$ 15 bi
    Contingente176.500
    Tanques3.870
    Aeronaves680
    Submarinos14
    Ogivas nucleares80-200
    Porta-aviões0
  • 13. 12. Itália

    13 /17(Getty Images)

    OrçamentoUS$ 34 bi
    Contingente320.000
    Tanques600
    Aeronaves795
    Submarinos6
    Ogivas nucleares0
    Porta-aviões2
  • 14. 13. Egito

    14 /17(John Moore/Getty Images)

    OrçamentoUS$ 4,4 bi
    Contingente468.500
    Tanques4.767
    Aeronaves1.100
    Submarinos4
    Ogivas nucleares0
    Porta-aviões0
  • 15. 14. Brasil

    15 /17(Divulgação/Exército Brasileiro)

    OrçamentoUS$ 33,1 bi
    Contingente328.000
    Tanques489
    Aeronaves748
    Submarinos5
    Ogivas nucleares0
    Porta-aviões1
  • 16. 15. Paquistão

    16 /17(AFP)

    OrçamentoUS$ 7 bi
    Contingente617.000
    Tanques3.124
    Aeronaves847
    Submarinos8
    Ogivas nucleares90-110
    Porta-aviões0
  • 17. Agora conheça os estados mais frágeis

    17 /17(Reuters/Emmanuel Braun)

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