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França diz que UE não negociará com os EUA se tarifas não forem retiradas

O ministro de Finanças garantiu que não há discordância entre a Alemanha e a França sobre como negociar com os EUA

Bruno Le Maire, ministro da Economia da França (Philippe Wojazer/Reuters)

Bruno Le Maire, ministro da Economia da França (Philippe Wojazer/Reuters)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de julho de 2018 às 10h14.

São Paulo - O ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, defendeu o livre-comércio e disse que a União Europeia não pode considerar a possibilidade de negociar um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos caso Washington não retire as tarifas sobre o aço e o alumínio do bloco europeu. "Nos recusamos a negociar com uma arma na cabeça. O primeiro passo para iniciar o arrefecimento das tensões tem de vir dos EUA. Eles têm de organizar tudo isso", afirmou.

Le Maire garantiu que não há discordância entre a Alemanha e a França sobre como negociar com os EUA à medida que, de acordo com ele, Paris e Berlim devem dar o primeiro passo na eliminação das tarifas. Na próxima quarta-feira, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, irá a Washington, onde se reunirá com o presidente americano, Donald Trump, a fim de discutir as relações comerciais entre os dois lados.

Em entrevista à agência de notícias AFP em Buenos Aires, no âmbito da reunião do G-20, o ministro francês comentou que as relações entre os países não podem ser baseadas na "lei da selva", na qual o mais forte se beneficia. "O comércio global não pode ser baseado na lei da selva e o aumento de tarifas de forma unilateral é a lei do mais forte. Isso não pode representar o futuro das relações comerciais no mundo", afirmou. Para ele, a lei da selva "só resultará em perdedores, enfraquecerá o crescimento, ameaçará os países mais frágeis e terá consequências políticas desastrosas".

Nos últimos dias, autoridades europeias têm elevado o tom contra os EUA à medida que Washington pode impor tarifas sobre veículos e autopeças importados, o que afetaria, principalmente, a União Europeia. Na última sexta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, assegurou que o bloco estava "pronto" para responder a um possível aumento de tarifas por parte dos EUA. Já o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, pediu que China e UE façam concessões para alcançar uma relação mais equilibrada no comércio.

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