França debate exclusão de ultradireita em manifestação
Uma gigantesca manifestação foi convocada para domingo após o ataque contra o jornal Charlie Hebdo, mas a exclusão de partido de extrema-direita gera polêmica
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 17h48.
Paris - Uma gigantesca manifestação foi convocada para domingo em Paris após o ataque contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, como expressão da unidade nacional em rejeição ao massacre, mas a exclusão do partido de extrema-direita de Marine Le Pen gera controvérsias.
A "marcha republicana" está prevista para domingo a partir das 15h00 (12h00 de Brasília), convocada por associações, sindicatos e partidos políticos, alguns dos quais manifestaram na quinta-feira sua oposição à presença da Frente Nacional de Marine Le Pen.
O porta-voz do Partido Socialista (PS), Carlos da Silva, declarou que "a Frente Nacional é a antítese do que a Charlie Hebdo representa, não teria nenhum sentido que este partido estivesse presente ao nosso lado" na marcha.
Após o debate gerado pela ideia de excluir a extrema-direita, o presidente socialista, François Hollande, recebeu Marine Le Pen nesta sexta-feira, e o presidente disse que "todos os cidadãos podem ir à manifestação".
No entanto, a líder da ultradireita declarou após o encontro no palácio do Eliseu não ter ficado satisfeita, por considerar que Hollande não havia formalizado "um claro levantamento da proibição" sofrida, segundo ela, pela Frente Nacional.
"Eu não vou onde não me querem", declarou Marine Le Pen, em claro sinal de que aposta em capitalizar o que alguns já apontavam na véspera como um erro político do governo e da esquerda, que corre o risco de se tornar contraproducente e fortalecer a extrema-direita.
O presidente do MoDem (centro-direita), François Bayrou, que também se encontrou com Hollande nesta sexta-feira, advertiu sobre os riscos de seguir "lógicas das lideranças políticas que não estão adaptadas à situação", em vez de dar prioridade à unidade nacional.
"Para mim, qualquer que seja a origem, a sensibilidade ou o voto dos cidadãos, é preciso incentivar a coesão em vez de alimentar a divisão. É preciso compreender que há momentos na vida da nação em que é necessário superar as divisões políticas", disse Bayrou.
As reuniões de Hollande com os líderes políticos foram realizadas em um clima de extrema tensão na França.
Os dois supostos autores do massacre na revista Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos na terça-feira, seguiam entrincheirados nesta sexta-feira com um refém em uma empresa 40 km a nordeste de Paris, após uma perseguição e um tiroteio, enquanto ao menos duas pessoas morreram neste mesmo dia em uma tomada de reféns no leste de Paris.
Marine Le Pen lamentou ser a única autoridade política na França que fala da necessidade de uma guerra "contra uma ideologia: o fundamentalismo islâmico".
Paris - Uma gigantesca manifestação foi convocada para domingo em Paris após o ataque contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, como expressão da unidade nacional em rejeição ao massacre, mas a exclusão do partido de extrema-direita de Marine Le Pen gera controvérsias.
A "marcha republicana" está prevista para domingo a partir das 15h00 (12h00 de Brasília), convocada por associações, sindicatos e partidos políticos, alguns dos quais manifestaram na quinta-feira sua oposição à presença da Frente Nacional de Marine Le Pen.
O porta-voz do Partido Socialista (PS), Carlos da Silva, declarou que "a Frente Nacional é a antítese do que a Charlie Hebdo representa, não teria nenhum sentido que este partido estivesse presente ao nosso lado" na marcha.
Após o debate gerado pela ideia de excluir a extrema-direita, o presidente socialista, François Hollande, recebeu Marine Le Pen nesta sexta-feira, e o presidente disse que "todos os cidadãos podem ir à manifestação".
No entanto, a líder da ultradireita declarou após o encontro no palácio do Eliseu não ter ficado satisfeita, por considerar que Hollande não havia formalizado "um claro levantamento da proibição" sofrida, segundo ela, pela Frente Nacional.
"Eu não vou onde não me querem", declarou Marine Le Pen, em claro sinal de que aposta em capitalizar o que alguns já apontavam na véspera como um erro político do governo e da esquerda, que corre o risco de se tornar contraproducente e fortalecer a extrema-direita.
O presidente do MoDem (centro-direita), François Bayrou, que também se encontrou com Hollande nesta sexta-feira, advertiu sobre os riscos de seguir "lógicas das lideranças políticas que não estão adaptadas à situação", em vez de dar prioridade à unidade nacional.
"Para mim, qualquer que seja a origem, a sensibilidade ou o voto dos cidadãos, é preciso incentivar a coesão em vez de alimentar a divisão. É preciso compreender que há momentos na vida da nação em que é necessário superar as divisões políticas", disse Bayrou.
As reuniões de Hollande com os líderes políticos foram realizadas em um clima de extrema tensão na França.
Os dois supostos autores do massacre na revista Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos na terça-feira, seguiam entrincheirados nesta sexta-feira com um refém em uma empresa 40 km a nordeste de Paris, após uma perseguição e um tiroteio, enquanto ao menos duas pessoas morreram neste mesmo dia em uma tomada de reféns no leste de Paris.
Marine Le Pen lamentou ser a única autoridade política na França que fala da necessidade de uma guerra "contra uma ideologia: o fundamentalismo islâmico".