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França avisa que lutará "em cada etapa" contra acordo UE-Mercosul com outros países

País argumenta que o acordo permitirá a entrada de produtos que não atendem aos padrões ambientais e de saúde determinados pela União Europeia

A Ministra Delegada Francesa para o Comércio Exterior e os Cidadãos Franceses no Exterior, Sophie Primas ( STEPHANE DE SAKUTIN / AFP/Getty Images)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 12h49.

Última atualização em 6 de dezembro de 2024 às 12h53.

A França lutará “em todas as etapas” do processo para a implementação do acordo União Europeia e Mercosul, advertiu a ministra interina do Comércio Exterior, Sophie Primas, que destacou que o anúncio do pacto em Montevidéu não significa que ele tenha sido assinado.

“A luta ainda não acabou”, enfatizou na rede social X a ministra interina do país que mais rejeitou o acordo de livre-comércio devido ao impacto que teme que ele tenha sobre seu setor agrícola.

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“O que está acontecendo em Montevidéu não é uma assinatura do acordo, mas simplesmente a conclusão política da negociação”, disse Primas, antes de acrescentar que o que foi feito na cúpula do Mercosul "não compromete os Estados-membros" da UE.

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A política francesa indicou que agora o Conselho Europeu e depois o Parlamento Europeu deve decidir.

“A França lutará em todas as etapas ao lado dos Estados membros que compartilham sua visão”, concluiu.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que esteve em Montevidéu nesta sexta-feira para selar o acordo com o Mercosul, disse que “é um dia histórico” e que está “fortalecendo” a aliança entre os dois blocos e enviando “uma mensagem clara e poderosa ao mundo”.

Quando se soube, na quinta-feira, que Von der Leyen estava na capital uruguaia, o presidente francês, Emmanuel Macron, relembrou a posição de seu país, que considera o acordo “inaceitável em seu estado atual” e advertiu: “Continuaremos a defender nossa soberania agrícola de forma implacável”.

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A França reclama que o acordo permitirá a entrada na UE de produtos que não atendem aos padrões europeus de saúde ou ambientais, e que isso representa uma concorrência desleal que prejudicará seriamente seus agricultores e criadores de gado. Ele também critica o fato de o acordo não ter integrado o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

A Comissão Europeia quis levar o acordo adiante nas últimas semanas, com o apoio da maioria dos países da UE, especialmente Alemanha e Espanha, em um momento de grande fraqueza política para Macron diante da crise política na França, com a queda do governo do primeiro-ministro, Michel Barnier, na quarta-feira, devido a uma moção de censura apoiada pela esquerda e pela extrema-direita.

Essa crise enfraqueceu Macron não apenas na França, onde cada vez mais vozes pedem sua renúncia, mas também entre seus colegas no Conselho Europeu.

Todos os partidos políticos franceses são contra o acordo UE-Mercosul, como deixaram claro nas votações organizadas na semana passada na Assembleia Nacional e no Senado.

Além disso, o setor agrícola também é esmagadoramente contra o acordo e, na verdade, essa oposição tem sido o principal motivo dos protestos dos agricultores que vêm ocorrendo há várias semanas em toda a França.

Esses protestos, de acordo com o FNSEA-JA, o principal sindicato agrícola, devem se intensificar em resposta à ação de Von der Leyen em Montevidéu.

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