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Fotógrafo Paul Conroy denuncia 'massacre cego' na Síria

"É um massacre de homens, mulheres, crianças", declarou o fotógrafo ao canal de televisão britânico, em seu leito no hospital do Reino Unido, onde recebe tratamento

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2012 às 17h52.

Londres - O fotógrafo britânico Paul Conroy, retirado nesta semana da Síria , afirmou que a cidade de Homs, submetida à violência da repressão do Exército sírio, vinha sendo palco não de "uma guerra", mas de "um massacre cego", numa entrevista divulgada nesta sexta-feira pela rede Sky News.

"É um massacre de homens, mulheres, crianças", declarou Paul Conroy ao canal de televisão britânico, a partir de seu leito no hospital do Reino Unido, onde está recebendo tratamento.

O profissional independente, que trabalhava na Síria para o jornal britânico Sunday Times, acrescentou que se sentia "muito bem, tendo em vista as circunstâncias". "Tenho grandes ferimentos na minha perna e (...) tiraram um estilhaço de morteiro de 7,6 cm de minhas costas", detalhou Paul Conroy.

Todas as manhãs, por volta das 06h30, os "bombardeios começavam" em Homs (centro da Síria), afirmou o fotógrafo, retirado no início da semana da Síria, onde foi ferido durante a destruição de Homs. "Era quase um ataque psicológico (...). Trabalhei em várias zonas de guerra. Nunca vi ou vivi bombardeios como aqueles. Era algo sistemático", afirmou.

O Exército sírio "se deslocava regularmente pelos bairros com munições usadas em campos de batalha", prosseguiu Paul Conroy, 47 anos.


"Não havia alvos específicos (...). Durante a última semana, a intensidade dos bombardeios aumentava dia após dia. (...) Agora que as câmeras estão saindo de lá, só Deus sabe o que vai acontecer. (...) Os moradores de Homs vinham a mim e me perguntavam 'Onde está a ajuda ?' e eu não tinha resposta", narrou.

"Há milhares de pessoas em Homs (...) há locais cheios de gente esperando simplesmente a morte. Não chega ajuda alguma e as pessoas aguardam apenas o momento de entrada dos soldados, depois que um morteiro destruir a porta", prosseguiu o fotógrafo.

"Não ha energia elétrica, nem água. A comida é pouca, só alguns biscoitos. (...) Em alguns anos vamos nos perguntar como isto pôde ter acontecido bem diante de nossos narizes?".

Paul Conroy foi ferido na semana passada num bombardeio que matou sua colega do Sunday Times, a americana Marie Colvin, e o fotógrafo francês Rémi Ochlick. Uma jornalista francesa, Edith Bouvier, ferida no mesmo ataque, retornou à França nesta sexta-feira.

Marie Colvin "era uma pessoa única. (...) Ela foi morta fazendo alguma coisa que a apaixonava. (..) Ela só queria dizer a verdade. E estava horrorizada", contou Paul Conroy.

Os corpos de Marie Colvin e de Rémi Ochlick chegaram na noite desta sexta-feira a Damasco. "Estamos em contato com o Sunday Times para fazer os arranjos necessários para repatriar" o corpo de Marie Colvin, comentou simplesmente o ministério britânico das Relações Exteriores, sem precisar para qual lugar os restos serão trasladados.

A direção do Sunday Times não foi encontrada nesta sexta-feira para dar mais detalhes.

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Londres - O fotógrafo britânico Paul Conroy, retirado nesta semana da Síria , afirmou que a cidade de Homs, submetida à violência da repressão do Exército sírio, vinha sendo palco não de "uma guerra", mas de "um massacre cego", numa entrevista divulgada nesta sexta-feira pela rede Sky News.

"É um massacre de homens, mulheres, crianças", declarou Paul Conroy ao canal de televisão britânico, a partir de seu leito no hospital do Reino Unido, onde está recebendo tratamento.

O profissional independente, que trabalhava na Síria para o jornal britânico Sunday Times, acrescentou que se sentia "muito bem, tendo em vista as circunstâncias". "Tenho grandes ferimentos na minha perna e (...) tiraram um estilhaço de morteiro de 7,6 cm de minhas costas", detalhou Paul Conroy.

Todas as manhãs, por volta das 06h30, os "bombardeios começavam" em Homs (centro da Síria), afirmou o fotógrafo, retirado no início da semana da Síria, onde foi ferido durante a destruição de Homs. "Era quase um ataque psicológico (...). Trabalhei em várias zonas de guerra. Nunca vi ou vivi bombardeios como aqueles. Era algo sistemático", afirmou.

O Exército sírio "se deslocava regularmente pelos bairros com munições usadas em campos de batalha", prosseguiu Paul Conroy, 47 anos.


"Não havia alvos específicos (...). Durante a última semana, a intensidade dos bombardeios aumentava dia após dia. (...) Agora que as câmeras estão saindo de lá, só Deus sabe o que vai acontecer. (...) Os moradores de Homs vinham a mim e me perguntavam 'Onde está a ajuda ?' e eu não tinha resposta", narrou.

"Há milhares de pessoas em Homs (...) há locais cheios de gente esperando simplesmente a morte. Não chega ajuda alguma e as pessoas aguardam apenas o momento de entrada dos soldados, depois que um morteiro destruir a porta", prosseguiu o fotógrafo.

"Não ha energia elétrica, nem água. A comida é pouca, só alguns biscoitos. (...) Em alguns anos vamos nos perguntar como isto pôde ter acontecido bem diante de nossos narizes?".

Paul Conroy foi ferido na semana passada num bombardeio que matou sua colega do Sunday Times, a americana Marie Colvin, e o fotógrafo francês Rémi Ochlick. Uma jornalista francesa, Edith Bouvier, ferida no mesmo ataque, retornou à França nesta sexta-feira.

Marie Colvin "era uma pessoa única. (...) Ela foi morta fazendo alguma coisa que a apaixonava. (..) Ela só queria dizer a verdade. E estava horrorizada", contou Paul Conroy.

Os corpos de Marie Colvin e de Rémi Ochlick chegaram na noite desta sexta-feira a Damasco. "Estamos em contato com o Sunday Times para fazer os arranjos necessários para repatriar" o corpo de Marie Colvin, comentou simplesmente o ministério britânico das Relações Exteriores, sem precisar para qual lugar os restos serão trasladados.

A direção do Sunday Times não foi encontrada nesta sexta-feira para dar mais detalhes.

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