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Faltam fornecedores para viabilizar gás não convencional

Especialistas apontam escassez de sondas de perfuração para exploração de gás não convencional no Brasil

Gás: custo de produção de gás a partir do insumo não convencional chega ao dobro do valor necessário para extração do gás natural tradicional (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 19h05.

Rio de Janeiro - A euforia e a queda de preços experimentados a partir da exploração de gás não convencional nos Estados Unidos não deverá se repetir tão cedo no Brasil, onde equipamentos e serviços para executar o complexo fraturamento do solo não estão disponíveis como no mercado norte-americano, afirmam executivos do setor.

Apesar dos esforços do governo brasileiro para disponibilizar já na 12ª rodada de licitações áreas com potencial de gás não convencional, o país esbarra em uma série de limitadores que vão da falta de infraestrutura para escoar o gás ao mercado consumidor, limitação de recursos hídricos, passando, principalmente, pela falta de sondas de perfuração.

"Não dá para comparar o que acontece nos Estados Unidos com as perspectivas no Brasil. Faltam fornecedores, o processo aqui é bem mais caro", disse à Reuters o empresário e especialista do setor de petróleo Rodolfo Landim.

O custo de produção de gás a partir do insumo não convencional chega ao dobro do valor necessário para extração do gás natural tradicional, que não requer fraturamento do solo, afirmou o consultor Luiz Carlos Costamilan.

"Enquanto nos Estados Unidos a indústria possui cerca de 1,8 mil sondas terrestres para esta atividade, aqui no Brasil tem apenas 10 unidades", disse Costamilan nesta segunda-feira após palestrar em evento no Rio.

A própria diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmou para uma plateia de executivos e especialistas do setor que a exploração de "shale gas" (gás de xisto) no Brasil, um dos principais tipos de gás não convencional, deverá ocorrer de forma significativa apenas no futuro, com perspectivas de extração nos próximos anos apenas nas bacias maduras, como a do Recôncavo Baiano.

"Eu também prefiro o gás natural, Costamilan", afirmou ela em palestra, após a participação, no mesmo evento, do executivo que presidiu a British Gas no Brasil.

A ANP deverá realizar o leilão de exploração de áreas de gás, incluindo gás não convencional (12a rodada), em novembro.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a inclusão de um total de 240 blocos de áreas exploratórias de gás em terra na 12ª rodada.

Limitações Ambientais

Além da escassez de fornecedores, a exploração de "shale gas" esbarra nas limitações ambientais, com a necessidade de volumes de água muito expressivos, salvo a utilização de tecnologias capazes de reaproveitamento dos recursos hídricos.

Outro ponto levantado por ambientalistas, citado por Costamilan, é o risco contaminação do solo, levando resíduos indesejáveis a lençóis freáticos.

O Brasil possui relevantes reservas de gás natural convencional que ainda não explorou, ao contrário dos EUA, que precisaram de uma nova fronteira para ter o insumo, lembraram os especialistas.

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Rio de Janeiro - A euforia e a queda de preços experimentados a partir da exploração de gás não convencional nos Estados Unidos não deverá se repetir tão cedo no Brasil, onde equipamentos e serviços para executar o complexo fraturamento do solo não estão disponíveis como no mercado norte-americano, afirmam executivos do setor.

Apesar dos esforços do governo brasileiro para disponibilizar já na 12ª rodada de licitações áreas com potencial de gás não convencional, o país esbarra em uma série de limitadores que vão da falta de infraestrutura para escoar o gás ao mercado consumidor, limitação de recursos hídricos, passando, principalmente, pela falta de sondas de perfuração.

"Não dá para comparar o que acontece nos Estados Unidos com as perspectivas no Brasil. Faltam fornecedores, o processo aqui é bem mais caro", disse à Reuters o empresário e especialista do setor de petróleo Rodolfo Landim.

O custo de produção de gás a partir do insumo não convencional chega ao dobro do valor necessário para extração do gás natural tradicional, que não requer fraturamento do solo, afirmou o consultor Luiz Carlos Costamilan.

"Enquanto nos Estados Unidos a indústria possui cerca de 1,8 mil sondas terrestres para esta atividade, aqui no Brasil tem apenas 10 unidades", disse Costamilan nesta segunda-feira após palestrar em evento no Rio.

A própria diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmou para uma plateia de executivos e especialistas do setor que a exploração de "shale gas" (gás de xisto) no Brasil, um dos principais tipos de gás não convencional, deverá ocorrer de forma significativa apenas no futuro, com perspectivas de extração nos próximos anos apenas nas bacias maduras, como a do Recôncavo Baiano.

"Eu também prefiro o gás natural, Costamilan", afirmou ela em palestra, após a participação, no mesmo evento, do executivo que presidiu a British Gas no Brasil.

A ANP deverá realizar o leilão de exploração de áreas de gás, incluindo gás não convencional (12a rodada), em novembro.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a inclusão de um total de 240 blocos de áreas exploratórias de gás em terra na 12ª rodada.

Limitações Ambientais

Além da escassez de fornecedores, a exploração de "shale gas" esbarra nas limitações ambientais, com a necessidade de volumes de água muito expressivos, salvo a utilização de tecnologias capazes de reaproveitamento dos recursos hídricos.

Outro ponto levantado por ambientalistas, citado por Costamilan, é o risco contaminação do solo, levando resíduos indesejáveis a lençóis freáticos.

O Brasil possui relevantes reservas de gás natural convencional que ainda não explorou, ao contrário dos EUA, que precisaram de uma nova fronteira para ter o insumo, lembraram os especialistas.

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